O sector do cacau no Gana deverá passar por uma grande transformação sob a presidência do líder eleito John Dramani Mahama. Tendo obtido uma vitória decisiva nas eleições de 7 de Dezembro, Mahama anunciou desde então a sua intenção de reestruturar a indústria do cacau, destacando particularmente a necessidade de reorganizar o órgão regulador estatal, COCOBOD.
Criticou fortemente a actual estrutura da indústria, salientando que a COCOBOD estava a competir com os agricultores pelos lucros. Esta reforma parece essencial, especialmente num contexto em que a produção de cacau atingiu o seu nível mais baixo em várias décadas, devido, nomeadamente, aos efeitos das alterações climáticas, às doenças que afectam as árvores e à mineração ilegal.
Mahama expressou claramente o seu objectivo de impulsionar o crescimento e melhorar a eficiência da indústria do cacau no Gana. Uma das vias previstas para alcançar este objectivo seria um maior envolvimento do sector privado em certas actividades actualmente geridas pelo COCOBOD. Esta abordagem não só incentivaria a diversificação dos intervenientes envolvidos, mas também reforçaria a competitividade da indústria no mercado internacional.
A crescente dependência do regulador dos grandes exportadores para financiar as compras de grãos de cacau deixou as empresas comerciais locais à margem. Mahama deseja, portanto, realizar uma reconstrução profunda do COCOBOD, a fim de restabelecer um equilíbrio mais justo entre os diferentes intervenientes na cadeia de valor do cacau.
Além das questões puramente económicas, a reforma da indústria do cacau também tem importância política. A vitória esmagadora de Mahama e do seu partido, o Congresso Democrático Nacional, nas eleições reflecte um desejo popular de lutar contra o aumento do custo de vida, a instabilidade social e o declínio da produção em sectores-chave como o cacau e o ouro no Gana.
O mandato que se abre para John Dramani Mahama promete, portanto, ser uma oportunidade crucial para revitalizar o setor do cacau, no coração da economia ganense. Com reformas ousadas e uma visão inovadora, o novo governo poderá inaugurar uma era de prosperidade e sustentabilidade para a indústria do cacau do país.