Mudança da Constituição na RDC: questões democráticas e debates apaixonados

O artigo trata do intenso debate na República Democrática do Congo em torno da possível mudança da Constituição. Augustin Kabuya, secretário-geral da UDPS-Tshisekedi, defende esta mudança como crucial para o povo congolês. Contudo, críticos, como o professor Bob Kabamba, alertam para os riscos de tal mudança. Félix Tshisekedi pretende assim criar uma comissão nacional para reflectir sobre uma nova Constituição, suscitando debates apaixonados no seio da oposição e da sociedade civil. O debate destaca as questões cruciais para o futuro democrático e próspero da RDC.
Neste dia 23 de novembro de 2024, o noticiário político na República Democrática do Congo é palco de um intenso debate em torno da possível mudança da Constituição. No centro desta controvérsia, Augustin Kabuya, secretário-geral da UDPS-Tshisekedi, levantou uma questão crucial durante uma reunião com activistas do partido no poder. Para ele, mudar a Constituição representa uma questão de vida ou morte para o povo congolês.

Kabuya argumenta que o Presidente Félix Tshisekedi deve considerar esta mudança constitucional como um meio de libertar o povo da influência de uma Constituição escrita por estrangeiros. Segundo ele, trata-se de permitir ao Chefe de Estado deixar um legado tangível, oferecendo uma nova constituição adaptada à realidade congolesa e garantindo um verdadeiro Estado de Direito.

Contudo, esta posição provoca reações diversas. Alguns observadores, como o professor Bob Kabamba, falam dos riscos de uma mudança tão radical da Constituição. Segundo ele, tal medida equivaleria a um golpe de Estado, colocando em causa a legitimidade das instituições existentes e abrindo potencialmente o caminho para uma extensão do mandato presidencial.

A declaração de Félix Tshisekedi sobre a necessidade de rever a Constituição para a tornar mais conforme com as aspirações do povo congolês recebeu uma resposta particular. O Presidente afirmou o seu desejo de criar uma comissão nacional composta por intelectuais para reflectir sobre uma nova Constituição, deixando ao povo congolês a escolha final entre uma simples revisão ou uma mudança radical.

Esta iniciativa alimentou debates acalorados no seio da oposição e da sociedade civil. Alguns vêem esta proposta como um caminho para a renovação democrática, enquanto outros a vêem como uma manobra política destinada a consolidar o poder existente. A questão permanece, portanto, aberta quanto às verdadeiras intenções por trás deste projecto de reforma constitucional.

Em suma, o debate sobre a mudança da Constituição na RDC reflecte as principais questões que impulsionam a cena política do país. Entre aspirações democráticas legítimas e receios de excessos autoritários, cabe aos actores políticos e à sociedade civil encontrar um consenso para garantir um futuro democrático e próspero para a nação congolesa.

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