A economia nigeriana é atualmente marcada por movimentos significativos no sistema financeiro, mais especificamente entre as instituições bancárias. Na verdade, números recentes mostram um aumento considerável nos empréstimos bancários do Mecanismo de Empréstimo de Emergência do Banco Central da Nigéria (CBN), bem como um aumento dramático nos depósitos bancários no Mecanismo Permanente de Depósito do CBN.
De acordo com os dados financeiros do CBN para o mês de setembro de 2024, os empréstimos dos bancos através do Mecanismo de Empréstimo de Emergência aumentaram 117,2 por cento em relação ao mês anterior, atingindo N7,82 trilhões, acima dos N3,6 trilhões de nairas em agosto de 2024. Por outro lado, os depósitos bancários no Depository Standing Facility testemunharam um crescimento surpreendente de 400% em relação ao mês anterior, de 790,87 mil milhões de nairas em Agosto de 2024 para 3,97 biliões de nairas em Setembro de 2024.
Este aumento notável nos depósitos no SDF segue-se ao aumento das taxas de juro decidido pelo CBN, permitindo aos bancos obter ganhos adicionais nos seus depósitos. Com efeito, numa directiva emitida em 26 de Agosto de 2024 na sequência da reunião do Comité de Política Monetária (MPC), o CBN ajustou as taxas de juro para cima como parte dos seus esforços para controlar a inflação através da gestão do excesso de liquidez no sistema financeiro. A alíquota do SDF foi elevada para 25,75% enquanto a do SLF subiu para 31,75%.
Esta política monetária restritiva, no entanto, apresenta alguns desafios para as empresas do sector real, incluindo dificuldades exacerbadas relacionadas com taxas de juros elevadas, volatilidade cambial e custos energéticos. Os analistas sublinham que esta subida das taxas poderá pesar na rentabilidade das empresas e impactar a sua capacidade de investir e inovar.
Apesar da recente tendência descendente da inflação, a decisão do CBN de aumentar as taxas de juro reflecte o seu desejo de conter a inflação, particularmente face ao aumento persistente da inflação subjacente. Esta postura prudente visa manter a estabilidade financeira, apoiando simultaneamente o crescimento económico. A antecipação de um possível abrandamento no ciclo de subida das taxas na próxima reunião da comissão, em Novembro, aponta para uma pausa estratégica para avaliar o impacto das medidas anteriores e encontrar um equilíbrio entre o combate à inflação e o estímulo ao crescimento económico.