**Crise de saúde na África Austral: a urgência de uma resposta coordenada**
A escassez de vacinas contra a cólera está a agravar a crise sanitária que assola a África Austral, especialmente na Zâmbia, onde 700 pessoas perderam a vida devido a esta doença. Perante esta situação, as equipas médicas dos Médicos Sem Fronteiras vêem-se incapazes de responder eficazmente aos surtos de infecção presentes em mais de 16 países da região.
Especialistas em saúde pública estão a soar o alarme e a apelar aos fabricantes para que acelerem a produção da vacina oral. Todas as doses atualmente fabricadas já estão reservadas, o que dificulta o combate à epidemia.
No início deste ano, a Zâmbia lançou uma campanha de vacinação apoiada pela UNICEF com o objectivo de proteger 1,5 milhões de pessoas contra a cólera. A epidemia, que começou em 2023, já afetou todo o país, levando à transformação de um estádio em centro de tratamento e atrasando a reabertura das escolas.
Segundo a Save the Children, os casos de cólera quadruplicaram no Malawi, Zimbabué e Moçambique entre 2022 e 2023. O número de infecções aumentou de 26.250 para mais de 95.300, causando mais de 1.600 mortes nestes três países e constituindo assim um dos piores casos de cólera. epidemias em décadas.
Perante uma situação crítica, é imperativo reforçar a cooperação internacional e mobilizar os recursos necessários para conter a propagação da cólera na África Austral. Os governos, as organizações humanitárias e os fabricantes de vacinas devem unir-se para salvar vidas e prevenir uma crise sanitária ainda maior.