Num caso recente que abalou a cidade de Brazzaville, dezassete estudantes da escola secundária técnica de 5 de Fevereiro de 1979 foram acusados de “degradar um objecto de utilidade ou decoração pública”. O incidente em questão ocorreu quando a bandeira nacional congolesa foi retirada e substituída por uma bandeira preta dentro do estabelecimento escolar.
Durante o julgamento aberto na Sexta Câmara Criminal do Tribunal da Capital, a audiência atraiu grande multidão e durou quase seis horas. O número inicial de arguidos, catorze, aumentou para dezassete após a acusação de três testemunhas. Durante os debates, alguns dos arguidos admitiram parcialmente os factos, embora sem fornecerem uma explicação clara quanto à motivação para terem feito esta mudança do símbolo nacional.
Alguns estudantes alegaram ter sido apanhados na confusão durante o incidente, enquanto um engenheiro informático beneficiou mesmo de liberdade provisória depois de intervir durante a detenção do seu irmão mais novo, um estudante do ensino secundário. O advogado de defesa, Haris Kissouésoué, expressou a sua decepção pela falta de investigação aprofundada levada a cabo pela polícia congolesa, sublinhando que alguns estudantes do ensino secundário envolvidos no caso estão actualmente em fuga.
A audiência foi suspensa e será retomada posteriormente com a audição de testemunhas, nomeadamente dos responsáveis pela escola. Este caso levanta questões sobre as motivações dos estudantes envolvidos, sobre a gestão da situação pelas autoridades e suscita debates sobre a responsabilidade dos jovens na sociedade. Fiquemos atentos aos desenvolvimentos futuros neste assunto.