Na região oriental do Chade, persiste uma situação humanitária preocupante para os refugiados sudaneses que fugiram da violência que assola o seu país. A Organização Internacional para as Migrações estima que cerca de 700.000 pessoas cruzaram a fronteira em apenas 10 meses para escapar às atrocidades no Sudão, especialmente na região de Darfur, onde as minorias são alvo de violência étnica.
Durante a sua recente visita aos campos de Adré, no Chade, Jan Egeland, Secretário-Geral do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), foi confrontado com a realidade esmagadora destes refugiados sudaneses. Testemunhando as suas histórias angustiantes, destacou os horrores que tiveram de suportar, desde actos de limpeza étnica em Darfur até abusos e violência perpetrados contra populações civis.
Cada pessoa encontrada durante esta visita tinha uma história comovente para compartilhar. Mulheres que foram vítimas de violação colectiva, famílias em luto pela perda de entes queridos, vidas destruídas pela violência e pelo terror. Jan Egeland sublinhou a urgência de uma resposta internacional mais unida a esta grande crise humanitária, comparável às observadas noutras regiões em conflito, como a Ucrânia ou o Médio Oriente.
O seu apelo à mobilização internacional ressoa como um grito de alarme face à extensão do sofrimento suportado por estes refugiados sudaneses, sublinhando a necessidade urgente de agir para ajudá-los e oferecer-lhes refúgio seguro.
Esta visita de campo destacou a situação e a vulnerabilidade dos refugiados sudaneses no Chade, apelando à sensibilização colectiva e a acções concretas para responder às suas necessidades humanitárias mais urgentes. O testemunho de Jan Egeland ilustra mais uma vez a crueldade dos conflitos armados e a necessidade imperiosa de solidariedade internacional para proteger e apoiar as populações mais vulneráveis do mundo.