Supremo Tribunal das Comores valida a reeleição de Azali Assoumani: tensões e disputas persistentes

Na passada quarta-feira, 24 de janeiro, o Supremo Tribunal das Comores validou a reeleição de Azali Assoumani na primeira volta das eleições presidenciais de 14 de janeiro. Apesar dos protestos da oposição, que se recusa a reconhecer os resultados destas eleições, o presidente da comissão da União Africana, Moussa Faki, felicitou Azali Assoumani pela sua reeleição num comunicado datado de 25 de janeiro. Esta declaração provocou reações contrastantes no local.

O governo das Comores saudou este reconhecimento internacional, afirmando que a União Africana acompanhou de perto o progresso do processo eleitoral. O porta-voz do governo, Houmed Msaidié, convidou os membros da oposição a priorizarem o diálogo para se prepararem para as próximas eleições legislativas e municipais.

No entanto, alguns líderes da oposição expressaram desconfiança na União Africana. Daoudou Abdallah Mohamed, líder do partido Orange e que ficou em terceiro lugar nas últimas eleições presidenciais, criticou o facto de a organização ter validado os resultados contestados de Azali Assoumani. Questiona a legitimidade da União Africana e considera mesmo a saída do seu país desta instituição.

Segundo ele, os cinco adversários de Azali Assoumani continuarão a contestar os resultados eleitorais, utilizando os canais legais e diplomáticos e mobilizando o apoio do povo comoriano. Esperam assim obter a organização de uma nova votação.

É claro que a situação política nas Comores permanece tensa, com uma oposição que se recusa a reconhecer os resultados e um presidente que procura consolidar o seu poder. As próximas eleições legislativas e autárquicas serão um momento crucial para o país e determinarão em grande medida o caminho político a seguir. A União Africana, por seu lado, deve reflectir sobre o seu papel no apoio à democracia e à estabilidade política em África, a fim de evitar qualquer questionamento da sua legitimidade.

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