“RDC: Organizações da sociedade civil denunciam irregularidades chocantes durante as eleições de Dezembro de 2023”

Organizações da sociedade civil denunciam irregularidades no processo eleitoral na RDC

Num relatório tornado público esta sexta-feira, 12 de janeiro, várias organizações da sociedade civil congolesa, como a AETA, o Comité Nacional para a Mulher e o Desenvolvimento, a Associação Africana para a Defesa dos Direitos Humanos e a Nova Sociedade Civil Congolesa, partilham as suas observações sobre o processo eleitoral que culminou nas eleições combinadas de Dezembro de 2023 na República Democrática do Congo.

Estas estruturas denunciam numerosos ataques e irregularidades que caracterizaram este processo eleitoral. Entre as principais críticas estão os problemas de segurança que impediram mais de oito milhões de deslocados internos de exercerem o seu direito de voto, bem como o aumento da tensão entre os diferentes adversários políticos, alimentado por discursos e mensagens de ódio tribal. Além disso, foram constatadas violações dos direitos de observadores, jornalistas e testemunhas, bem como casos de corrupção, fraude eleitoral e posse ilegal de materiais eleitorais por determinados candidatos.

Perante estas observações, as organizações da sociedade civil apelam ao governo para que reforce a segurança do processo eleitoral, particularmente no que diz respeito a materiais sensíveis. Pedem também à Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) que avalie objectivamente as irregularidades e puna os perpetradores de acordo com a lei. Além disso, apelam ao sistema de justiça para identificar e prender qualquer agente da CENI cúmplice de corrupção, fraude ou vandalismo, a fim de proteger a integridade do processo eleitoral.

Por último, as organizações da sociedade civil apelam aos candidatos invalidados para que evitem fazer justiça com as próprias mãos, incentivando-os a recorrer às vias legais de recurso previstas na Constituição e nas leis da República.

Este relatório destaca assim as inúmeras falhas que prejudicaram o processo eleitoral na RDC e destaca as responsabilidades partilhadas entre o governo, a CENI e os actores políticos. Apela à consciência colectiva para garantir eleições transparentes e pacíficas no país.

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