A província de Kivu do Norte enfrenta uma séria crise humanitária exacerbada por deslocamentos maciços de populações e conflitos armados.

** Nord-Kivu: a situação alarmante em Bambo e em crescentes desafios humanitários **

A província de Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDC), está no epicentro de uma crise humanitária que está piorando dia a dia. A cidade de Bambo, em particular, tornou -se palco de um enorme influxo de pessoas deslocadas, fugindo dos violentos confrontos entre os rebeldes AFC/M23 e grupos armados locais. Esse contexto requer atenção urgente e sustentada aos atores humanitários, como lembra Médecins Sans Frontières (MSF) em seu último relatório.

### um influxo de deslocados e uma situação precária

Aqueles que encontraram refúgio em Bambo vivem em condições extremamente precárias. De acordo com as declarações de MSF, quase 900 famílias foram forçadas a fugir de casa, buscando abrigo em uma cidade já superlotada. Suas condições de vida são alarmantes, com centenas de famílias forçadas a se estabelecer em escolas e igrejas, ou mesmo em locais informais. Essa sobrecarga da população vai muito além das capacidades de recepção da cidade, já sob o controle dos problemas de infraestrutura.

As equipes de MSF relatam que muitas pessoas deslocadas dormem sob as estrelas, sem acesso adequado à água potável ou à infraestrutura básica de higiene. Tal situação apenas agrava os riscos epidêmicos, especialmente em um contexto em que a malária já é endêmica. O fato de a maioria das consultas médicas referir essa doença testemunha a urgência de intervenção eficaz.

### O impacto dos conflitos na vida cívica

Os combates que continuam em torno de Bambo, com incêndio em artilharia e confrontos regulares, afetam a vida dos civis. A instabilidade não afeta apenas sua segurança física, mas também complica suas possibilidades de acessar suas terras agrícolas. Essa situação apenas agrava um ciclo de vulnerabilidade, onde a crise alimentar se torna mais premente. Muitas pessoas deslocadas, especialmente crianças, sofrem de desnutrição, e as taxas de aumento não sugerem nada de bom.

Um local notável indicou que as tensões persistem, com testemunhos frequentes de abusos e violações dos direitos humanos. Esse clima de insegurança também impede que as organizações humanitárias operem efetivamente, levando a vida daqueles que esperam cuidados urgentes.

### esforços feitos por médicos sem fronteiras

Nesse contexto dramático, o MSF tenta atender às necessidades básicas da população. A organização distribui necessidades básicas e trabalha para melhorar a infraestrutura de saúde. Seu objetivo é garantir o acesso à atenção primária à saúde, em particular graças ao gerenciamento livre de crianças em vários centros de saúde. No entanto, como aponta François Calas, o gerente de programas de MSF no norte de Kivu, os esforços atuais são amplamente insuficientes em face da magnitude das necessidades.

É essencial fazer a seguinte pergunta: Como os atores internacionais e as autoridades locais podem fortalecer sua coordenação para mitigar essa crise? Pedidos de mobilização urgente da comunidade internacional não são apenas formalidades; São necessidades vitais para garantir a segurança dos civis e encontrar emergências humanitárias.

### para um futuro incerto

A situação em Bambo ilustra os constantes desafios que a RDC enfrenta. Conflitos históricos, lutas pelo controle de recursos e dinâmica política complexa ajudam a manter essas crises em um ciclo aparentemente interminável. A mobilização urgente da ajuda humanitária, bem como a implementação de mecanismos de proteção para civis, são essenciais para endireitar a situação.

Nesse contexto difícil, o trabalho de MSF, embora seja elogiado, deve ser considerado um estágio entre outros em uma estrutura de intervenção maior. A questão permanece: que soluções duradouras podem ser implementadas para não apenas responder a essa crise, mas também para evitar futuras crises humanitárias em regiões vulneráveis ​​de RDC? A resposta a esta pergunta dependerá de uma vontade política coletiva e de um compromisso renovado com a proteção dos direitos humanos e a segurança das populações mais afetadas.

Josué Mutanava, em Goma.

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