Em 22 de maio de 2025, o Alto Comissário de Planejamento (HCP) apresentou um relatório inovador sobre pobreza multidimensional em Marrocos, intitulada “Cenário multidimensional, territorial e dinâmico”. O estudo revela que o país sofreu uma diminuição significativa na pobreza na última década, um fato que pode ser considerado um avanço notável na luta contra esse problema social. No entanto, as disparidades notáveis persistem, especialmente entre as áreas urbanas e rurais, que merecem atenção especial.
### Uma progressão encorajadora
O relatório indica que quase 7 % dos marroquinos estavam em uma situação de pobreza em 2024, em comparação com quase 12 % em 2014. Essa diminuição de 5 pontos percentuais representa aproximadamente 1,5 milhão de pessoas que conseguiram sair da pobreza nos últimos dez anos. Esse indicador positivo é a fruta, sem dúvida, de esforços contínuos de políticas públicas e vários programas de desenvolvimento.
A abordagem multidimensional adotada pelo HCP em sua avaliação da pobreza, levando em consideração não apenas a renda, mas também os critérios como condições de vida, educação e saúde, oferece uma estrutura mais detalhada e diferenciada para entender o bem-estar das populações. Isso também pode fornecer aos fabricantes de decisões ferramentas essenciais para atingir com mais eficácia aqueles que ainda sofrem de pobreza.
Disparidades territoriais marcadas
Apesar dessa tendência positiva, o relatório também destaca uma realidade preocupante: 72 % das pessoas que vivem na pobreza residentes nas áreas rurais. Essa taxa é particularmente alarmante: onde a pobreza urbana tende a estar em declínio, a pobreza rural permanece mais de quatro vezes maior. Essa clivagem lembra a importância do contexto geográfico na análise de desigualdades econômicas e sociais.
A concentração da pobreza em certas regiões, 5 das 12 regiões do Marrocos, concentrando -se quase 70 % da população pobre, também revela uma desigualdade geográfica significativa. Essa situação levanta a questão da eficácia das políticas e programas de desenvolvimento que podem se beneficiar de atenção particular às áreas mais vulneráveis.
### a questão da vulnerabilidade
Outra observação preocupante emerge do relatório: quase 3 milhões de marroquinos estão em vulnerabilidade à pobreza. Esta figura levanta questões sobre a sustentabilidade do progresso feito. Por que tantas pessoas continuam em risco, mesmo que o progresso seja registrado? Isso nos convida a refletir sobre a resiliência das estratégias implementadas para combater a pobreza e avaliar se são realmente capazes de proteger as populações mais frágeis de uma possível reversão da situação econômica ou social.
### para uma melhor política pública
A publicação deste relatório oferece uma oportunidade de ouro para os fabricantes de decisões refletirem sobre políticas públicas mais alvo. Ao confiar nessa cartografia da pobreza, seria relevante prever abordagens localizadas que levam em consideração as peculiaridades de cada região. Como usar esses dados para melhorar o acesso a serviços básicos, como educação e saúde, nessas áreas rurais que continuam sofrendo de maneira desproporcional?
O desafio também é considerar a integração de atores locais, sejam organizações não governamentais, comunidades locais ou sociedade civil, no design e implementação de políticas contra a pobreza. Suas perspectivas e seu conhecimento do campo são cruciais para o desenvolvimento de soluções eficazes e duradouras.
### Conclusão
O relatório do HCP destaca claramente um progresso inegável na luta contra a pobreza no Marrocos, mas também destaca desafios persistentes. A persistência das desigualdades, em particular entre os círculos urbanos e rurais, bem como a vulnerabilidade de uma parte importante da população, exige uma reflexão aprofundada e ações concertadas.
Longe de descansar sobre louros, parece essencial para os fabricantes de decisões, cidadãos e vários atores envolvidos em se envolver em uma abordagem proativa para transformar esses números em soluções concretas. A dignidade e o bem-estar de milhões de marroquinos que, apesar do progresso, ainda merecem ser ouvidos e apoiados em sua busca por uma vida melhor.