Economia egípcia: uma reflexão sobre as declarações do primeiro -ministro Mostafa Madbouly
O primeiro -ministro egípcio Mostafa Madbouly anunciou recentemente que o Egito não precisaria de um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) além do contrato atual. Programado para ser a última assistência econômica da instituição internacional até 2026 ou 2027, essa posição levanta questões importantes sobre o futuro econômico do país, bem como as reformas necessárias para garantir a independência econômica real.
### Uma política de confiança
Durante uma entrevista coletiva semanal, o Madbouly descreveu o FMI como um “certificado de confiança” para a economia egípcia, enfatizando que a organização não submeteria o país a condições estritas de austeridade. Ele destacou um roteiro ambicioso apontado até 2030, focado no fortalecimento do setor privado e no crescimento econômico sustentável. Essa visão, embora otimista, no entanto, merece uma análise mais fina.
## incentivando resultados, mas a quais preços?
O primeiro -ministro indicou vários indicadores positivos: uma taxa de crescimento real de 3,9 % na primeira metade do ano fiscal de 2024/2025, a inflação diminuindo para 13,9 % e um déficit orçamentário reduzido para 6,5 %. No entanto, é essencial permanecer vigilante sobre a interpretação dessas figuras. O crescimento econômico, por exemplo, pode ser um sinal de recuperação, mas geralmente é acompanhado por perguntas sobre a distribuição da riqueza e a melhoria das condições de vida de toda a população.
### Desafios históricos do FMI
A história econômica do Egito com o FMI é marcada por altos e baixos. O país se beneficiou de seu primeiro empréstimo em 1962 para estabilizar sua economia, mas as condições frequentemente impostas pelo FMI, como a desvalorização dos aumentos de libra egípcia e preços egípcios, levaram o passado a tensões sociais. A colaboração mais recente, a partir de 2016, acompanhou um vasto programa de reformas estruturais, pedindo sacrifícios à população. Essa história levanta a questão: a confiança é declarada no FMI pelo governo compartilhada pelo povo egípcio?
### para responsabilidade econômica sustentável
O desejo de alcançar a independência econômica de uma maneira duradoura é louvável, mas requer um compromisso sincero de longo prazo. Os anúncios do aumento de investimentos estrangeiros diretos e exportações não petrolíferos são encorajadores, mas como esses sucessos se traduzem no dia diário dos egípcios? Uma avaliação real da situação econômica requer maior transparência no conjunto de objetivos, a implementação de indicadores objetivos de desempenho e a participação dos cidadãos no processo de tomada de decisão.
### Olhe para o futuro
Diante de desafios econômicos persistentes, parece crucial apoiar o discurso otimista sobre estratégias concretas e inclusivas. O governo está em uma posição delicada: deve manter um equilíbrio entre a necessidade de tranquilizar os investidores e o de responder às preocupações diárias da população.
Embora o Egito continue sua trajetória econômica, é essencial lembrar que a confiança real em um sistema econômico não se trata apenas da percepção das instituições internacionais, mas é baseada na realidade vivida no terreno. Como as reformas econômicas atuais podem ser ajustadas para não deixar o lado mais vulnerável? Qual é a maneira de seguir para que a prosperidade prometida seja sentida por todos os segmentos da sociedade? Essas questões merecem atenção especial, a fim de garantir que o Egito continue progredindo em direção a um desenvolvimento que é sustentável e inclusivo.