A Assembléia Provincial de Kasai lança um recinto de feiras para aproximar os funcionários eleitos da população.

Em 16 de maio de 2025, a Assembléia Provincial de Kasai anunciou uma iniciativa original destinada a fortalecer a conexão entre funcionários eleitos e a população por meio de feiras. Em um contexto em que os cidadãos costumam sentir uma distância de seus representantes, essa abordagem pode ser percebida como uma resposta às expectativas daqueles que aspiram a governança mais aberta e transparente. No entanto, essa iniciativa levanta questões sobre sua capacidade de gerar diálogos construtivos e levar a ações concretas. Embora as expectativas das populações aumentem em face de desafios como desenvolvimento agrícola e educação, é imperativo questionar as garantias que levarão em consideração suas preocupações e a eficácia das mudanças propostas. Os desafios logísticos e políticos que resultam disso também merecem atenção especial, porque serão decisivos para o sucesso dessa nova abordagem participativa. Nesta dinâmica, o caminho para uma melhor governança na República Democrática do Congo está surgindo pela necessidade de diálogo contínuo e um compromisso sincero de todos os atores em questão.
### Tshikapa, um novo momento para a governança participativa

Em 16 de maio de 2025, em Tshikapa, foi anunciada uma iniciativa sem precedentes dentro da estrutura da Assembléia Provincial de Kasai: o recinto de feiras será organizado em cada território. Essa abordagem, de acordo com o Relator Joseph Kalombo, visa fortalecer a conexão entre os funcionários eleitos e as populações que eles representam. De fato, a promessa de melhor governança parece estar ancorada no desejo de abertura e transparência, uma necessidade recorrente em muitas regiões da República Democrática do Congo (RDC).

#### contextualização da iniciativa

A iniciativa faz parte de um contexto em que os cidadãos costumam expressar uma sensação de distância de seus representantes. O trabalho parlamentar, muitas vezes percebido como reservado para uma elite, pode deixar as populações longe das decisões que as preocupam diretamente. Ao responder a essa necessidade de inclusão, os feiras parecem ser uma resposta às expectativas fundamentais dos congoleses, que aspiram a uma governança mais próxima e mais atentos às suas realidades diárias.

Essa abordagem não deixará de despertar perguntas sobre sua eficácia e autenticidade. Os habitantes de Mweka, Ilebo, Dekese, Luebo, Tshikapa e Kamonia terão a oportunidade de “palpar” suas condições de vida, mas essa imersão terá que resultar em ações concretas por parte dos funcionários eleitos. Quais serão as providências feitas para garantir o seguimento rigoroso -as discussões iniciadas durante essas reuniões?

#### Uma estrutura de troca

Os plenários também oferecem uma estrutura de intercâmbio onde os cidadãos poderão fazer com que suas preocupações sejam ouvidas. Esse tipo de interação entre funcionários eleitos e a população poderia promover o diálogo construtivo, essencial para a implementação de políticas que atendem às necessidades reais dos territórios. O relatório sobre férias parlamentares já menciona questões relevantes, como o Programa Nacional de Desenvolvimento Agrícola (PNDA) e as questões relacionadas à educação. É crucial que esses diálogos continuem após o plenário, possibilitando a resposta continuamente aos desafios levantados.

No entanto, é essencial permanecer vigilante sobre o verdadeiro escopo desta iniciativa. Às vezes, as preocupações dos cidadãos podem ser afogadas em discursos, ou as soluções propostas podem permanecer teóricas. Uma verdadeira vontade política deve apoiar essa iniciativa para que seja percebida como uma mudança significativa, e não um simples exercício de comunicação.

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Existem muitos desafios. A logística necessária para a retenção desses feiras, a mobilização dos cidadãos, bem como a capacidade dos funcionários eleitos de responder adequadamente e responsáveis ​​podem ser problemáticos. Como garantir que os problemas levantados sejam levados em consideração na tomada de decisão na Assembléia Provincial? Que garantias serão criadas para proteger os votos dos cidadãos, especialmente em contextos em que o poder pode relutar em aceitar críticas?

Além das reuniões simples, seria relevante pensar em mecanismos de feedback que permitiriam aos eleitores seguirem a evolução das consultas formuladas. Isso contribuiria não apenas para o empoderamento dos funcionários eleitos, mas também para o compromisso dos cidadãos na vida política de sua província.

#### Conclusão

A iniciativa do recinto de feiras proposto pela Assembléia Provincial de Kasai representa a oportunidade de respirar um vento de mudança em direção à governança participativa, onde os votos dos cidadãos poderiam ser valorizados. No entanto, para que essa dinâmica resulte em avanços concretos, requer um compromisso sincero de todos os atores envolvidos.

O caminho para uma melhor governança na RDC é pontilhada de obstáculos, mas cada passo para a escuta e o envolvimento dos cidadãos pode ajudar a forjar um futuro em que a democracia não se limite às eleições, mas é vivida diariamente, em diálogo e colaboração.

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