Desigualdades de acesso aos cuidados destacados pelo relatório do Defensor de Direitos na França


### Discriminação no acesso aos cuidados: um pedido de reflexão

A recente visita do presidente Emmanuel Macron e do ministro da Saúde Yannick Neuder no Hospital Mayotte, em resposta às conseqüências devastadoras de um ciclone, destaca um assunto eminentemente sensível e complexo: discriminação no sistema de saúde francês. Um relatório publicado pela Defesa dos Direitos levanta preocupações significativas sobre o acesso aos cuidados com determinadas categorias da população, em particular mulheres, pessoas de origem estrangeira e pessoas com deficiência.

#### observação alarmante

O relatório do defensor dos direitos evoca formas de discriminação que vão além das recusas de acesso aos cuidados, de aparecer na própria jornada médica. É particularmente interessante notar que os pacientes, geralmente estigmatizados por suas origens ou situações pessoais, enfrentam uma minimização de sua dor e falta de cuidado adequado. O fenômeno da “subvalorização” dos sintomas, especialmente em mulheres jovens e mulheres de origem estrangeira, representa um verdadeiro desafio à equidade nos cuidados.

Essas observações podem parecer isoladas, mas fazem parte de uma tabela mais ampla de acesso aos cuidados na França. Embora mais de 224 queixas tenham sido arquivadas em 2022 com ordens profissionais e seguro de saúde, o defensor de direitos enfatiza que esses números não representam a extensão da discriminação experimentada diariamente por milhares de pacientes.

#### raízes e consequências

As raízes da discriminação no acesso aos cuidados podem ser diversas: preconceitos raciais, estereótipos de gênero e situações econômicas difíceis. Esse fenômeno é exacerbado em serviços de emergência, onde o tempo e a urgência da situação podem levar a decisões apressadas e tendenciosas. A ausência de um protocolo claro, a pressão sobre a equipe médica e, às vezes, treinamento inadequado, exacerba essa dinâmica.

As consequências dessas discriminação não se limitam ao impacto imediato na saúde dos pacientes. Eles também geram um clima de desconfiança com o sistema de assistência, onde as pessoas optam por adiar ou até desistirem completamente de cuidar de razões por medo de serem incompreendidas ou maltratadas. Essa espiral negativa não apenas questiona a eficácia do sistema de saúde, mas também de sua humanidade.

### para uma consciência coletiva

Para abordar essas questões complexas, é essencial promover um diálogo construtivo e convidar todas as partes interessadas a refletir juntas sobre essas questões. Como podemos melhorar o treinamento dos profissionais de saúde para que eles estejam mais cientes dos problemas de discriminação? Existem maneiras de coletar e processar melhor os relatórios de comportamento discriminatório? Quais mecanismos podem ser implementados para garantir acesso justo aos cuidados das populações mais vulneráveis?

O defensor de direitos exige uma estratégia nacional que visa impedir essas discriminação e adaptar o sistema de saúde às necessidades específicas de certos pacientes. Isso pode incluir a melhoria das informações fornecidas aos pacientes, fortalecendo a capacidade de treinamento para os cuidadores e a implementação de medidas para garantir que todos os pacientes, independentemente de sua situação socioeconômica, sua origem ou seu estado de saúde, sejam tratados com dignidade e respeito.

#### Conclusão

Os desafios ligados ao acesso aos cuidados na França estão profundamente enraizados nas complexas realidades sociais e culturais. A discriminação nunca deve encontrar seu lugar em um sistema de saúde que aspira a ser universal e equitativo. A conversa sobre esses assuntos delicados requer uma abordagem sutil, aberta e respeitosa. É essencial agir agora para que amanhã cada paciente possa acessar os cuidados em uma estrutura de dignidade e respeito, sem medo ou preconceito.

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