A dança diplomática em Istambul ignora os sofrimentos de uma guerra em andamento


** Kinshasa, 10 de abril de 2025: Diplomacia em baixo fogo **

No coração da efervescência de Istambul, os diplomatas americanos e russos se encontram, como dois inimigos longos que aprenderiam a dançar um tango. A cena, já conhecida pelos historiadores – ou espectadores de novelas geopolíticas – é repetida. Novamente ontem, no set de outra vida diária, a ênfase foi colocada nas implicações locais de um conflito ucraniano que parece nunca querer secar. Exceto que o verdadeiro debate não é tão encontrado nos salões de diplomacia, como no coração dos cidadãos, soldados e pessoas inocentes.

Tammy Bruce, porta -voz do Departamento de Estado Americano, evoca um diálogo focado na “restauração das operações de nossas missões bilaterais” … mas a que preço? A redução das atividades diplomáticas, uma conseqüência direta de um conflito armado, não é apenas uma questão logística. É uma representação da fratura que gira o mundo inteiro, um trágico jogo de xadrez onde cada ‘golpe’ é uma vida quebrada. A guerra na Ucrânia, com sua procissão de destruição, está longe de ser um pano de fundo nesta reunião de alto voo. Ela está no centro, uma sombra onipresente, cobrindo cada gesto diplomático de seu véu pesado.

Enquanto esperava os delegados nesta cidade marcada por bronze e onyx, outra realidade está surgindo: a de Kharkiv, bombardeada incansavelmente, onde os civis tentam reconstruir sua existência entre duas explosões. Esses detonações ressoam muito mais fortes do que as discussões aconchegantes que são transportadas entre as paredes acolchoadas das embaixadas. Quem realmente se importa, além das salas de conferências, as vítimas de garantia? As taxas de mortalidade, os rostos assustados, são tão desprezíveis diante da arte fortificada da diplomacia?

É aconselhável se perguntar: esta reunião em Istambul é realmente um passo para a normalização das relações, ou uma encenação simples, um espetáculo cuidadosamente orquestrado para acalmar uma opinião pública ansiosa pelo progresso? Os Estados Unidos e a Rússia estão procurando desesperadamente um playground onde eles possam dialogar e se mostrar, aguda consciência da profunda desconfiança que os imprime.

O porta -voz Bruce especifica que os esforços relativos ao funcionamento das embaixadas devem, de maneira alguma, abordar a questão mais ampla da guerra. Parece uma partição dissonante: sim, vamos falar sobre negócios, mas vamos evitar falar sobre bombas. Ironicamente, enquanto eles tentam criar “obstáculos técnicos”, as verdades são colocadas debaixo do tapete. Como podemos estabelecer pontes quando as pedras que poderiam apoiá -las são aquelas que caem do céu, ferindo corpos e rasgando famílias?

E se aproveitarmos a oportunidade para pensar sobre o legado dos diálogos anteriores, como esta série de reuniões durante a Guerra Fria? Os líderes da época falaram, não tanto para resolver seus conflitos como flertar ao redor do desastre, jogando um jogo em que peões representavam vidas humanas.

A Turquia, que, como membro da OTAN, desempenha um papel delicado, é a escolha certa? Como um camaleão diplomático, oferece um solo fundamental, um lugar onde o oeste e o leste se cruzam sem uma promessa de paz real. Nós nos encontramos lá, mas as verdades estão sempre em suspensão, como uma graça esperada que nunca vem.

No final, esta reunião em Istambul é como assistir a uma dança improvisada em um vulcão. Os atores, bem preparados, avançam nesta cena mundial, apertando as mãos enquanto fingiam ignorar o barulho surdo das explosões em Kharkiv. Tudo isso nos leva a perguntar: essa diplomacia realmente se beneficia? Para eles? Para nós? Para a paz?

É hora de se perguntar, com uma clareza que se abala: o que acontece com a humanidade quando as discussões se transformam em uma comédia de pretensões no meio de uma tragédia em andamento? Esse diálogo, por mais necessário que seja, talvez seja quase um luxo que apenas porta -vozes possam se dar ao luxo de reivindicar no doce tumulto de suas palavras conciliatórias. E em Kharkiv, com drones e recriminações, permanece a questão: quem ouvirá o eco das verdades agitadas dos inocentes que mergulharam na guerra? É a essa realidade ignominiosa que nossa memória coletiva se apega, enquanto outros se recusam a ver.

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