** A semana cultural da consciência africana: um mergulho no coração da herança de Simon Kimbangu **
De 4 a 12 de abril de 2025, Kinshasa e Bruxelas serão os epicentros de um evento significativo: a segunda edição da “Semana Cultural da Consciência Africana” (Secucaf). Este evento, iniciado pela estrutura de Tokanisa mboka, visa aumentar a conscientização das populações africanas sobre a herança do pregador Simon Kimbangu, uma figura emblemática de resistência espiritual durante a colonização belga na República Democrática do Congo.
** Uma memória histórica em questão: o paradoxo de um tributo não reconhecido **
A escolha da data de 6 de abril, um feriado na República Democrática do Congo, para evocar a figura de Simon Kimbangu, levanta questões cruciais sobre a gestão da memória histórica por tomadores de decisão política. Pitchou Matouasilua, o coordenador de Tokanisa Mboka, questiona: “Por que celebrar um homem cuja importância e herança não são reconhecidos por títulos oficiais? Esta pergunta destaca um paradoxo cultural e institucional: a dicotomia entre reconhecimento simbólico e validação histórica.
Esse questionamento ressoa ainda mais em um contexto em que o debate sobre a memória colonial é mais relevante do que nunca, tanto na África quanto nos países europeus. A reavaliação de figuras históricas, desconhecidas ou controversas, incentiva a pensar na maneira como a história é construída e contada. No nível geral, o movimento * Black Lives Matter * e as repercussões das descolonizações culturais destacaram a necessidade de revisitar os relatos históricos dominantes. Esse retorno a uma herança muitas vezes negligenciada pode ser benéfica, oferecendo um novo espaço para o diálogo.
** Um impacto além das fronteiras: arte como um vetor de conscientização **
Entre os destaques desta semana, a performance teatral “Natuni Yo Kongo”, produzida por um grupo de jovens artistas de kimbanguist, ilustra perfeitamente o poder da arte como uma autoconfiança. A teatização da história de Simon Kimbangu não se limita a uma representação simples; Torna -se um ato de resistência, uma maneira de reivindicar o lugar da herança africana no tecido cultural mundial. Ao confrontar o público com temas como dignidade, fé e luta pela liberdade, este trabalho vai além das fronteiras culturais e experientes.
A importância da arte na transmissão da memória coletiva é indiscutível. Estudos mostraram que a cultura popular – jogos de role, teatro, cinema – desempenha um papel crucial no ensino da história. Esses suportes tornam possível alcançar um público mais amplo e despertar emoções, geralmente mais eficaz do que a simples leitura de um livro de história. A semana cultural da consciência africana poderia, portanto, inspirar uma nova corrente artística, mais ancorada na avaliação da identidade e herança africana.
** Diálogos que transcendem fronteiras: uma conferência bilateral **
O que é inovador na edição ECUCAF de 2025 é a organização de uma conferência bilateral que conecta Kinshasa e Bruxelas. Essa iniciativa incorpora uma ponte cultural, um desejo de lembrar que o discurso sobre memória também deve incluir a diáspora africana. De fato, jovens pesquisadores, teólogos e historiadores afro-europeus que reunirão lá trarão uma riqueza de perspectivas sobre o assunto de Simon Kimbangu e sua influência nas lutas da libertação pelo continente.
Em uma escala estatística, a diáspora africana na Europa representa cerca de 3 milhões de pessoas, tornando -o um ator importante nas discussões sobre a identidade africana contemporânea. Esse público, composto por cidadãos frequentemente com uma cultura dupla, desempenha um papel vital no compartilhamento e redescoberta da história africana no exterior.
** Uma prisão necessária: pouco a pouco para o reconhecimento? **
A memória de Simon Kimbangu também é emblemática de uma busca mais ampla pelo reconhecimento e patrimônio africano na narrativa histórica mundial. No início desta semana cultural, é imperativo que a sociedade congolesa e as autoridades políticas tomem consciência da necessidade de celebrar e validar essa memória muito ignorada.
A luta de Kimbangu pela dignidade, fé e libertação deve ser inscrita nos manuais de história e mais reconhecidos nas instituições educacionais. É hora de quebrar o silêncio em torno das figuras da história africana e iniciar uma profunda reconexão com as raízes da identidade cultural.
A semana cultural da consciência africana não se limita a um evento pontual, mas faz parte de uma dinâmica de redescoberta e avaliação da herança africana. Ao celebrar figuras como Simon Kimbangu, a esperança é despertar uma mudança de paradigma, para abrir caminho para um reconhecimento total e todo da história, lutas e aspirações dos povos africanos. A cultura pode ser um meio poderoso de reconciliação, tornando possível transformar memórias silenciosas em histórias vivas.