### Sluting de sangue no Kivu Norte e Sul: um chamado para a unidade diante da crise humanitária
Em um contexto de conflitos armados incessantes entre as forças armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e o M23 Armed Group, apoiado por Ruanda, as aglomerações do Kivu do Norte e do Kivu do Sul são hoje enfrentadas com uma grande crise de saúde: uma escassez de sangue. Essa situação, que vai muito além das estatísticas simples, desafia não apenas o governo congolês, mas toda a comunidade internacional.
#### Uma observação alarmante
A recente campanha de coleta de sangue lançada pelo governo em Kinshasa, embora essencial, é apenas uma paliativa diante de um problema maior. Durante um período em que milhares de civis seriam feridos por balas ou rajadas de ônibus, hospitais em Goma e Bukavu lutam para atender às necessidades crescentes. A cada dia, centenas de pessoas, vítimas de violência, se apresentam nesses estabelecimentos, mas apenas uma fração delas se beneficia dos cuidados necessários.
O ministro da Saúde congolês, no entanto, indicou que o objetivo de 5.000 bolsões de sangue coletado foi amplamente alcançado, com 1.200 bolsos já enviados para o leste do país. No entanto, essa figura, embora impressionante, poderia enganar. De fato, as necessidades reais no terreno são muito maiores e podem atingir vários milhares de bolsos por mês. Como comparação, em 2023, a OMS estima que um hospital deve ter pelo menos 20 a 30 bolsões de sangue para cada dia de atendimento urgente, em tempos de crise.
Desafios da logística: uma complexidade inaceitável
O roteamento dos bolsos de sangue para as áreas de desastre representa uma verdadeira pista de obstáculos. Além da recusa dos transportadores, ligada à sensibilidade política da questão, é todo o sistema de logística que parece com defeito. Restrições administrativas e a necessidade de uma passagem por vários países antes de chegar ao seu destino impedem uma operação que, no entanto, deve ser fluida.
Este processo caro e longo é agravado pelas condições de conservação dos bolsos do sangue. Embora cada bolso deva ser mantido a uma temperatura específica, a infraestrutura de transporte e armazenamento nessas regiões geralmente é inadequada. A colaboração com Who, que facilitou a criação de um corredor humanitário, é louvável, mas também destaca a ausência de uma estratégia local permanente para o gerenciamento de emergências em saúde.
#### Impacto no setor de saúde
Além das tensões políticas, essa falta de sangue toca o setor de saúde de frente. Muitos hospitais, já enfraquecidos pela violência, vêem suas capacidades de cuidados reduzidos. A infraestrutura é frequentemente danificada, o que evita diagnóstico preciso e tratamentos adequados para os feridos. Os desafios da conservação e distribuição de recursos médicos também são adicionados à crise, tornando a situação ainda mais dramática para as populações.
### ion uma ação de chamada
Embora a situação continue se deteriorando, é crucial que a comunidade internacional esteja unida para fornecer uma resposta eficaz. Uma solução sustentável deve se concentrar na melhoria da infraestrutura local de saúde, na implementação de sistemas de coleta de sangue mais eficazes, bem como no treinamento de pessoal médico qualificado.
Além disso, parcerias estratégicas entre o governo congolês, ONGs e organizações internacionais devem ser incentivadas a estabelecer um circuito seguro e rápido para doações de sangue. É imperativo ganhar a questão do sangue da política e lidar com isso como uma questão humanitária essencial.
Paralelamente, o aumento da conscientização das populações locais sobre a importância de dar seu sangue durante essa crise também pode beneficiar o esforço de coleta, fortalecendo um senso de comunidade e responsabilidade compartilhada.
#### Conclusão
A escassez de sangue nas regiões de Kivu do Norte e Kivu do Sul é sintomática de uma crise humanitária mais ampla, exacerbada por conflitos armados persistentes. As soluções, embora a urgenta, devem exceder as respostas oportunistas para se transformar em um plano de desenvolvimento social de longo prazo. A comunidade internacional e os atores locais devem agora aprender a trabalhar de mãos dadas para encontrar a humanidade no coração dessa tragédia. Não fazer isso é condenar a esquecer milhares de vidas humanas em perigo.