** DRC: A busca pela paz duradoura no coração das preocupações da sociedade civil **
Em 27 de fevereiro, Martin Fayulu, presidente do Partido de Compromisso do Cidadão Cidadão para o Desenvolvimento (ECIDE), expressou seu apoio à Iniciativa Conjunta da Conferência Nacional Episcopal do Congo (CENCO) e à Igreja de Cristo de Congo (ECC), que propôs um “pacto social para paz e bien vivendo juntos na região dos Grandes Laços”. Este projeto ambicioso, em um contexto em que a República Democrática do Congo (RDC) enfrenta desafios de paz e coesão social, merece uma análise mais aprofundada não apenas em suas implicações imediatas, mas também em seu significado simbólico e sua capacidade de redefinir o cenário político congolês.
** Uma iniciativa dentro do escopo transformador **
O que Fayulu descreve como “revolução real” nas interações sociais e políticas do país demonstra uma evolução dos paradigmas tradicionais da resolução de conflitos na RDC. Para entender essa dinâmica, é essencial revisar o contexto histórico das iniciativas de paz na região. As negociações anteriores, geralmente lideradas por atores internacionais, geralmente não conseguiam envolver os atores locais em uma abordagem verdadeiramente inclusiva. A iniciativa atual das igrejas, que inclui vários atores socioculturais, pode ver uma lógica de reconciliação mais ancorada na realidade experimentada pelos congoleses.
Vamos avaliar os sucessos potenciais dessa iniciativa, destacando alguns parâmetros -chave. Primeiro, o apoio inter -religioso nessa abordagem pode promover uma mobilização prolongada entre a população, reunindo indivíduos de diferentes crenças e ambientes. Então, ao integrar representantes da sociedade civil na dinâmica da paz, a iniciativa pode gerar soluções inovadoras, com base em conhecimentos locais e em uma melhor compreensão das questões da comunidade.
** Uma mobilização solicitada em todos os níveis **
Fayulu pede uma resposta coletiva, não apenas líderes políticos como Joseph Kabila e Félix Tshisekedi, mas também de cada congolês. Essa mensagem ressoa particularmente em um país onde ataques de liderança costumam exacerbar as divisões. Ao refletir sobre uma mobilização tão ampla, é relevante abordar o papel da juventude congolesa, que representa uma parte significativa da população. Os jovens congolês demonstraram repetidamente seu potencial de catalisador de mudança durante os movimentos sociais. Uma participação ativa dessa margem demográfica em diálogo para a paz pode incutir uma nova dinâmica, orientando discussões para um futuro mais inclusivo.
** Contra a cultura da divisão **
Martin Fayulu também desafia a necessidade de combater aqueles que trabalham para dividir. Essa exortação destaca um importante fenômeno subjacente: a proliferação de discursos de ódio e estereótipos negativos em certas comunidades na RDC. O estudo do Instituto Nacional de Estatística em questões de coesão social revela que as regiões afetadas por conflitos armados são frequentemente os mais vulneráveis à manipulação de discursos. Ao atacar essa questão de divisão, a iniciativa também pode assumir um caráter preventivo, possibilitando neutralizar as tensões atuais antes que elas se intensifiquem.
** Um compromisso coletivo para um futuro melhor **
A RDC está na encruzilhada, com ameaças à sua unidade nacional e sua estabilidade. O chamado para uma dinâmica de reconciliação e coesão nacional, proposta por Fayulu e apoiada por líderes religiosos, poderia muito bem constituir um modelo para a resolução pacífica dos conflitos não apenas no país, mas também na região dos Grandes Lagos.
A longo prazo, se essa iniciativa for apoiada por ações concretas e uma verdadeira vontade política, poderá estar de acordo com outros movimentos de paz bem-sucedidos, como o que permitiu a reconciliação na África do Sul pós-apartheid. As histórias dos povos que são recuperados após anos de conflito estão sempre se alimentando de um sentimento de esperança de que a mudança seja possível.
Assim, em vez de tratar essa iniciativa como uma simples série de declarações políticas, é imperativo ver nela uma oportunidade histórica para a RDC. A necessidade de um compromisso coletivo, firmemente enraizado em um desejo comum de renovação, pode abrir o caminho para a paz duradoura e um renascimento nacional. É um desafio que a RDC não pode se dar ao luxo de ignorar, porque chegou o tempo de responsabilidade.