Por que a inclusão de mulheres é essencial para a reconstrução política e social da RDC?

** Vozes do futuro: a inclusão de mulheres na política congolesa **

Numa época em que a República Democrática do Congo (RDC) está passando por um período tumultuado, marcado por crises humanitárias complexas e conflitos endêmicos, o papel das mulheres na esfera política não poderia ser mais crucial. Os testemunhos de várias mulheres Kinshasa, coletadas pela mesa da mulher de Fatshimetrie.org, destacam uma observação alarmante: apesar de sua contribuição inestimável para a sociedade, as mulheres permanecem amplamente sub -representadas nas decisões políticas. Essa dinâmica levanta questões fundamentais não apenas na justiça social, mas também no impacto concreto dessa exclusão no desenvolvimento geral do país.

### Uma realidade alarmante: as figuras

De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INS) da RDC, as mulheres representam aproximadamente 51 % da população. No entanto, sua representação em instituições políticas permanece irisoria. Cerca de 8 % dos assentos no Parlamento são ocupados por mulheres, uma figura que coloca a RDC muito atrás de muitos países africanos, como Ruanda, onde as mulheres ocupam quase 61 % dos assentos. Essa situação levanta uma questão crítica: como o país pode esperar estabilizar suas instituições e progredir em direção a reformas sustentáveis ​​se metade de sua população permanecer fora da tomada de decisão?

### Uma voz para inocente: mulheres na linha de frente

Marie-Claire Mbuyi, empresária e defensora dos direitos das mulheres, evoca a urgência do engajamento feminino e sustenta que as mulheres devem não apenas apoiar as decisões políticas, mas também moldá-las. Numa época em que milhões de congoleses, especialmente mulheres e crianças, sofrem as consequências dos conflitos, é essencial que as vozes das mulheres se dêem bem nas salas de tomada de decisão. Está provado que a inclusão de mulheres nas negociações de paz aumenta as chances de sucesso dos acordos obtidos. Um estudo do Conselho de Segurança das Nações Unidas mostrou que a presença feminina nos processos de paz leva a acordos mais sustentáveis ​​e soluções pacíficas mais eficazes.

### Política, um campo de ação

Lema, professor e membro da ONG e desenvolvimento das mulheres, destaca que a educação e a conscientização das gerações jovens são fundamentais para fortalecer a posição das mulheres na política. Esse argumento encontra um eco em iniciativas como o programa “mulheres e políticas” apoiado por certas ONGs locais, que visa treinar meninas em habilidades políticas. Essa abordagem pode ajudar a criar um conjunto de futuras líderes femininas, prontas para influenciar as políticas do país.

É interessante notar que a educação das mulheres tem repercussões diretas sobre o desenvolvimento econômico e social de um país. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), cada ano adicional de educação para uma mulher pode aumentar sua renda futura de 10 para 20 %. Esse elemento destaca a ligação intrínseca entre a participação política das mulheres e o crescimento econômico de uma nação.

### Histórias de resiliência

Bebedi Antoinette, comerciante do mercado de Ngaba, levanta preocupações tangíveis sobre a vida cotidiana das mulheres em tempos de crise. Essa realidade ecoa estudos que mostram que as mulheres são frequentemente as primeiras vítimas de crises econômicas e conflitos armados, enquanto também são as principais atrizes da resiliência familiar. Por exemplo, as mulheres congolitas desempenham um papel vital na gestão de crianças e famílias, mesmo em frente aos desafios diários representados pela instabilidade.

Esses testemunhos e análises revelam outro aspecto preocupante: a desconexão entre o discurso político e as necessidades reais das mulheres no terreno. Claire Mbwizi e Priscille Lonji, respectivamente, vegetais e médicos, ilustram perfeitamente a necessidade urgente de representação feminina em reformas políticas, especialmente em termos de saúde e agricultura. Estudos mostram que as políticas de saúde que integram a perspectiva de gênero são mais eficazes. As mulheres médicas podem representar e defender melhor as preocupações com a saúde que afetam principalmente seu gênero, como violência sexual e saúde reprodutiva.

### para um futuro inclusivo

O pedido de maior inclusão de mulheres na política congolesa não é apenas uma questão de justiça, mas também uma necessidade de construir um futuro pacífico e próspero. N’Zinga Ntonto Pierrette e Aline Mosa, destacando a necessidade de liderança feminina, simbolizam essa demanda crescente. Feministas congolesa, através de várias iniciativas, começam a criar espaços para que as mulheres sejam expressas e ouvidas. Movimentos como “A Voz das Mulheres”, que procuram treinar candidatos nas eleições locais, incorporam esse desejo de mudança.

A política na RDC não pode mais se contentar em ser uma área reservada para os homens. A transformação das instituições políticas deve passar pelo reconhecimento e aprimoramento das contribuições das mulheres. Essa inclusão é imperativa para reformas estruturais reais e um futuro sereno para a RDC. Os testemunhos coletados, longe de serem gritos de alarme, devem ser percebidos como um apelo poderoso à ação.

### Conclusão

Enquanto a República Democrática do Congo se envolve em uma busca por paz e estabilidade, é imperativo que as vozes femininas, esses portadores de soluções e mudanças, sejam integrados em todos os níveis de tomada de decisão. A necessidade de diálogo inclusivo, que reconhece o papel central das mulheres na reconstrução e desenvolvimento da nação, nunca foi tão premente. A força de uma democracia e a resiliência de uma sociedade são fundamentalmente baseadas na capacidade de todos os seus membros, homens e mulheres, de participar de sua própria maneira. Ao investir em igualdade e inclusão, a RDC não apenas constrói um futuro melhor para as mulheres, mas para toda a sua população.

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