A RDC é actualmente palco de um movimento de greve sem precedentes por parte de médicos afiliados ao SYMAMED, o Sindicato Nacional dos Médicos. Esta greve, declarada radical pelo secretário-geral deste sindicato, Dr. John Senga, visa protestar contra a indiferença do governo e o incumprimento dos seus compromissos para com os profissionais de saúde.
A situação é alarmante: os médicos sentem-se ignorados e negligenciados, apesar dos esforços que fazem diariamente para prestar cuidados de qualidade à população congolesa. A falta de reconhecimento do seu trabalho e as difíceis condições socioprofissionais em que operam acabaram por levar a SYMAMED a endurecer o tom e a iniciar uma greve total em todo o território nacional, com exceção de algumas áreas específicas.
As reivindicações dos médicos são claras: pedem a melhoria das suas condições de trabalho, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento do seu adicional de três meses, de acordo com acordos anteriores. Além disso, exigem o alinhamento dos jovens médicos com o prémio de risco profissional, bem como a regularização da situação administrativa de alguns deles que ainda não são remunerados apesar do seu compromisso com o Estado.
Perante a intransigência do governo e a sua falta de consideração para com os médicos, o SYMAMED tomou a decisão de endurecer o movimento grevista em todas as estruturas médicas públicas do país. Esta decisão não foi tomada de ânimo leve, mas é o resultado de uma longa série de frustrações acumuladas ao longo de meses, até anos.
É agora fundamental que o governo tome consciência da importância do sector da saúde e da necessidade de investir no bem-estar dos seus profissionais para garantir cuidados de qualidade à população congolesa. Os médicos não pedem o impossível, apenas condições de trabalho dignas e o reconhecimento do valor do seu compromisso em servir a comunidade.
Em conclusão, a greve dos médicos na RDC é o símbolo de um profundo mal-estar no sector da saúde, que merece ser abordado com urgência e eficácia pelas autoridades competentes. Esperemos que sejam encontradas soluções concretas e duradouras para pôr fim a esta crise e garantir um futuro melhor para a saúde na República Democrática do Congo.