A execução das obras na estrada Kananga-Kalamba Mbuji, na região Kasai-Central, suscita sérias preocupações quanto à possibilidade de cumprimento dos prazos estabelecidos para a sua conclusão. As declarações do Ministro congolês das Infraestruturas e Obras Públicas revelam um optimismo que parece ser contrariado pelos dados fornecidos pelo Centro de Investigação em Finanças Públicas e Desenvolvimento Local (CREFDL).
Na verdade, o baixo nível de financiamento atribuído ao projecto levanta questões legítimas sobre a sua viabilidade dentro dos prazos anunciados. Com apenas 40 milhões de dólares dos 278 milhões de dólares necessários e uma taxa de execução não superior a 0,18%, a estrada Kananga-Kalamba Mbuji parece estar a enfrentar grandes restrições financeiras.
A dependência quase total do financiamento de projectos em relação aos fundos da Sicomines é também uma fonte de preocupação. O acordo sino-congolês impõe condições rigorosas, como a flutuação do preço do cobre no mercado internacional, o que torna incerto o desembolso de fundos nos prazos estabelecidos. Esta incerteza é reforçada pelo facto de o projecto não estar incluído na Lei das Finanças para os próximos anos.
Para ultrapassar estas dificuldades, o CREFDL recomenda uma maior transparência na execução do projecto, com uma inclusão clara do financiamento da estrada Kananga-Kalamba Mbuji na programação orçamental adequada. É também fundamental que as obras sigam escrupulosamente o circuito de despesa pública em vigor na República Democrática do Congo.
A recente visita do Presidente Félix Tshisekedi ao local da estrada demonstra o seu compromisso em ver este projecto ter sucesso. As suas declarações à população de Kananga reflectem uma forte vontade política de garantir a construção desta infra-estrutura, considerada crucial para o desenvolvimento da região do Grande Kasai e, de forma mais ampla, de todo o país.
Em conclusão, a estrada Kananga-Kalamba Mbuji representa um grande desafio para o Congo. Sua conclusão dentro do prazo exige ajustes financeiros e uma gestão rigorosa da execução da obra. É imperativo que as autoridades competentes tomem medidas adequadas para garantir o sucesso deste projecto de infra-estruturas essencial para o desenvolvimento económico e social da região.