Num contexto marcado por uma preocupante crise humanitária e de segurança, a Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO) lançou um apelo crucial para o estabelecimento de um “pacto social para a paz e a convivência” na República Democrática do Congo e na República Democrática do Congo. Região dos Grandes Lagos. O apelo da CENCO, transmitido por “Fatshimétrie”, destaca a urgência da mobilização colectiva para enfrentar os grandes desafios que persistem na região.
Na verdade, a situação na República Democrática do Congo é alarmante, com mais de 27 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda e 5,7 milhões de pessoas deslocadas internamente. Os conflitos armados persistem, especialmente no leste do país, onde uma multidão de grupos armados locais e rebeldes estrangeiros continuam a semear o terror. Além disso, a violência intercomunitária noutras regiões agrava ainda mais a crise já existente.
Perante esta realidade, o CENCO sublinha a necessidade de adoptar uma nova abordagem centrada na paz e na convivência. Os arcebispos e bispos do CENCO apelam à superação das divisões do passado e do presente para construir um futuro de reconciliação e fraternidade. Afirmam que a guerra e a diplomacia mostraram os seus limites e que é imperativo optar por soluções baseadas na misericórdia e na solidariedade humana.
Para concretizar esta visão, a CENCO propõe a criação de um secretariado técnico em colaboração com a Igreja de Cristo no Congo (ECC). Este secretariado terá a missão de identificar atores nacionais e internacionais capazes de contribuir para esta iniciativa e de implementar ações concretas em favor da paz e da convivência.
Numa altura em que a RDC enfrenta uma instabilidade crónica agravada pela violência armada e por crises humanitárias, todos os cidadãos e actores políticos são chamados a tornar-se pacificadores. É tempo de responder colectivamente aos desafios que dificultam a coesão nacional e regional, trabalhando em conjunto para um futuro de paz duradoura.
O apelo da CENCO a um pacto social em favor da paz e da convivência na República Democrática do Congo ressoa como uma necessidade imperativa num contexto marcado pela urgência e pela solidariedade. Cabe a todos participar neste processo coletivo para construir um futuro mais sereno e mais inclusivo para todos os habitantes da região dos Grandes Lagos.