Os recentes desenvolvimentos em torno da construção do novo palácio presidencial do Egipto, localizado na Nova Capital Administrativa, suscitaram um intenso debate sobre os seus custos e implicações financeiras. Enquanto alguns elogiam o seu design luxuoso e a sua homenagem à identidade egípcia, outros questionam as fontes de financiamento do projecto, especialmente no contexto dos desafios económicos do país.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, abordou recentemente a polémica em torno do elevado custo do palácio presidencial durante uma inspecção à Academia de Polícia. Afirmou que todas as infra-estruturas governamentais da Nova Capital Administrativa foram financiadas pela Administração da Capital para o Desenvolvimento Urbano (ACUD) e que o projecto não onerou o orçamento do Estado.
Segundo o Presidente Sissi, a ACUD conseguiu transformar terras em recursos financeiros, com receitas anuais estimadas entre sete e dez mil milhões de libras egípcias. Ele destacou que a empresa possui uma conta bancária de 80 bilhões de libras e detém ativos imobiliários no valor de 150 bilhões de libras por meio da venda de terrenos.
O Presidente Abbas, presidente do conselho de administração da ACUD, garantiu que a construção da Nova Capital Administrativa não foi financiada pelo orçamento do Estado. Explicou que os edifícios governamentais, incluindo o Palácio Presidencial, são activos da empresa arrendados ao governo por um período de 49 anos.
A ACUD, como empresa estatal, está entre as maiores empresas do Egipto e entre as cinco empresas que mais contribuem em termos de impostos. Pagou 11 mil milhões de libras em impostos no ano passado e 8 mil milhões no ano anterior. A empresa orientada para investimentos pretende obter lucro e recuperar três vezes o custo dos edifícios quando os contratos de arrendamento expirarem.
Com o planeamento da segunda fase da Nova Capital Administrativa já em curso, abrangendo uma área de 40 mil hectares, a ACUD prevê iniciar as obras durante o segundo trimestre do próximo ano. Com 70% dos terrenos da primeira fase já vendidos, a empresa prepara-se para desenvolver novos equipamentos para a segunda fase, demonstrando uma visão ambiciosa e estratégica para o futuro.
Em conclusão, os esclarecimentos prestados pela ACUD e por funcionários do governo egípcio visam dissipar dúvidas e lançar luz sobre a viabilidade financeira do projecto da Nova Capital Administrativa. Esta iniciativa, impulsionada pela rentabilidade e pelos objectivos de desenvolvimento sustentável, incorpora uma visão moderna e inovadora para o futuro do Egipto, ao mesmo tempo que gera impactos positivos na economia nacional.