A cinometria é um tema atual que levanta questões críticas sobre o cenário político na África Ocidental. Na última sessão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada em Abuja em dezembro de 2024, os chefes de Estado confirmaram a retirada de Mali, Níger e Burkina Faso. Esta decisão tem grandes repercussões que merecem uma análise aprofundada.
A saída destes três países da CEDEAO evidencia os desafios da construção regional na África Ocidental. Ao oferecer livre circulação aos cidadãos da CEDEAO, Mali, Níger e Burkina Faso adotaram uma estratégia delicada para influenciar as negociações. Essa manobra levanta questões complexas sobre a coesão e a legitimidade da organização da África Ocidental.
Aly Tounkara, palestrante e pesquisador especializado no Sahel, destaca a importância desses eventos para o futuro da CEDEAO. Segundo ele, a reciprocidade oferecida pelos países da Aliança dos Estados do Sahel (AEE) constitui um desafio para a CEDEAO. Aceitar essa oferta poderia fortalecer a cooperação regional, mas recusar-se a fazê-lo poderia enfraquecer a organização diante de possíveis riscos de fragmentação de decisões coletivas.
A questão da livre circulação de pessoas e bens na África Ocidental é crucial para o desenvolvimento econômico e político da região. Ao aceitar ou recusar a reciprocidade proposta pelo Mali, Níger e Burkina Faso, a CEDEAO terá que demonstrar prudência e visão de longo prazo.
A próxima sessão da CEDEAO, que será realizada em seis meses, decidirá o futuro do relacionamento entre os países da Aliança dos Estados do Sahel e a CEDEAO. Esta decisão não diz respeito apenas aos atores políticos, mas também aos cidadãos da região que aspiram a uma maior integração e cooperação entre os países da África Ocidental.
Concluindo, a questão da retirada do Mali, Níger e Burkina Faso da CEDEAO destaca os desafios da construção regional na África Ocidental. A decisão tomada por esses três países compromete o futuro da cooperação regional e levanta questões fundamentais sobre governança e integração na África Ocidental. Agora cabe à CEDEAO encontrar respostas equilibradas e construtivas para garantir a estabilidade e a prosperidade da região.