Burundi enfrentando a epidemia de mpox: entre o silêncio e a crítica


**Burundi enfrenta uma crise de saúde: entre o silêncio e a crítica**

Desde o aparecimento da epidemia de mpox no Burundi, a situação sanitária tornou-se cada vez mais preocupante, suscitando tanto o silêncio das autoridades como críticas dos profissionais de saúde. Embora o país seja o segundo mais afectado no mundo por esta doença, depois da República Democrática do Congo, há mais de três meses que não são publicados relatórios diários sobre a evolução da epidemia. Esta falta de transparência levanta questões sobre a gestão da crise pelas autoridades do Burundi.

O principal foco da epidemia está localizado no centro hospitalar universitário de Kamenge, em Bujumbura, onde numerosos casos de mpox continuam a ser diagnosticados diariamente. No entanto, os meios de comunicação social estão impedidos de aceder aos centros de tratamento e a sensibilização do público parece insuficiente. Esta falta de informação leva ao incumprimento das medidas de barreira, favorecendo a propagação do vírus em autocarros, locais de culto e reuniões políticas.

Um médico denuncia gestão “catastrófica” da crise sanitária, destacando semelhanças com a gestão da pandemia de Covid-19 há alguns anos. Na verdade, apesar de uma curva epidemiológica irregular que mostra a progressão do vírus, o governo do Burundi parece fechar os olhos à realidade da situação. As estatísticas revelam uma média de 40 novos casos por dia, mas muitos casos suspeitos não são investigados, deixando dúvidas sobre a verdadeira dimensão da epidemia.

Os profissionais de saúde criticam também a recusa das autoridades em vacinar pessoas em risco, prática comum nos países vizinhos. Dada a gravidade da situação, é difícil compreender porque é que o Burundi negligencia esta medida preventiva, especialmente sendo o segundo país mais afectado pela MPox. Esta decisão põe em causa e levanta questões sobre a estratégia adoptada pelo governo para conter a epidemia.

Em conclusão, a crise sanitária ligada ao mpox no Burundi revela deficiências na gestão da situação pelas autoridades, pondo em perigo a saúde pública e a segurança dos cidadãos. É imperativo que sejam tomadas urgentemente medidas adequadas para conter a propagação do vírus e proteger a população vulnerável. A opacidade da informação e a falta de comunicação clara apenas alimentam dúvidas e críticas, deixando um sentimento de incerteza sobre o futuro da luta contra esta doença devastadora.

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