As eleições de Novembro de 2020 na Namíbia desencadearam uma onda de protestos do principal partido da oposição, os Patriotas Independentes pela Mudança (IPC). Após uma decisão judicial que permitiu ao IPC e a outro partido da oposição rever os materiais eleitorais, o IPC anunciou a sua intenção de contestar os resultados eleitorais. Estas eleições presidenciais e parlamentares foram vencidas pelo partido no poder durante 34 anos, o Partido Popular do Sudoeste Africano (SWAPO).
Os protestos baseiam-se em denúncias de irregularidades ocorridas durante a votação de 27 de novembro. Questões como a escassez de votos e dificuldades técnicas fizeram com que algumas assembleias de voto fossem mantidas abertas por até três dias em algumas áreas. Apesar destes problemas, a comissão eleitoral da Namíbia declarou o voto livre e justo.
O acesso aos dados eleitorais permitirá ao IPC reforçar as suas reivindicações e preparar-se para uma contestação legal marcada para 23 de Dezembro, pondo em causa a validade do voto. A documentação solicitada inclui, nomeadamente, o número de votos emitidos e contabilizados em cada assembleia de voto.
A presidente eleita, Netumbo Nandi-Ndaitwah, que será a primeira mulher presidente do país assim que tomar posse em Março, rejeitou as acusações de disfunção nas eleições.
Esta situação levanta questões sobre a transparência e legitimidade das eleições na Namíbia, destacando a importância de respeitar os padrões democráticos para garantir a credibilidade dos processos eleitorais. É essencial que os cidadãos tenham confiança nas suas instituições democráticas para garantir uma representação justa e equitativa no seu governo.