Fragilidade do exército somali exposta: Quénia repatria 600 soldados após derrota humilhante


Num anúncio recente do Ministério do Interior, o Quénia planeia repatriar 600 soldados do exército somali após um recente revés sofrido durante confrontos com forças do estado semiautónomo de Jubaland. Esta decisão surge na sequência da chegada destes soldados somalis em busca de refúgio no Quénia após a derrota em Ras Kamboni.

Raymond Omollo, chefe de gabinete do Ministério do Interior queniano, mencionou que os soldados somalis entregaram as suas armas e que estão em curso preparativos para facilitar o seu repatriamento. A acção surge depois de as forças de Jubalândia terem conseguido assumir o controlo da cidade de Ras Kamboni, forçando os soldados somalis a procurar protecção através da fronteira.

As tensões entre Mogadíscio e Kismayo, capital de Jubalândia, atingiram um nível crítico nas últimas semanas. As recentes eleições presidenciais em Jubalândia, não reconhecidas pelo governo central da Somália, alimentaram conflitos entre as duas entidades. Os confrontos em Ras Kamboni realçaram as fraquezas do exército somali, com centenas de forças especiais treinadas pela Turquia a fugir do campo de batalha e a abandonar o seu equipamento.

De acordo com Rashid Abdi, especialista em segurança da Sahan Research, a derrota levanta preocupações sobre o impacto que poderá ter na segurança regional, proporcionando uma oportunidade para grupos terroristas como o Al-Shebab reforçarem a sua influência. Além disso, o fim iminente do mandato da força de manutenção da paz da União Africana na Somália levanta preocupações sobre a capacidade do país de garantir a sua segurança interna.

Num contexto regional já instável, esta recente escalada de tensões na Somália sublinha a importância de uma acção rápida e coordenada para evitar uma deterioração da situação de segurança. Os parceiros regionais e internacionais da Somália terão de redobrar os seus esforços para apoiar o país na sua busca pela estabilidade e segurança, a fim de evitar uma escalada do conflito e manter a paz na região.

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