**Fatshimetrie: Aumentos tarifários da Eskom e a evolução do mercado de energia na África do Sul**
Notícias recentes sobre aumentos massivos de tarifas propostos pela Eskom na África do Sul levantam sérias preocupações sobre a viabilidade financeira das famílias e a evolução do mercado energético no país. Com as previsões de aumentos tarifários consideráveis nos próximos anos, muitos agregados familiares enfrentam a perspectiva de facturas mensais exorbitantes, pondo em causa a sua capacidade de manter um nível razoável de consumo de electricidade.
O aumento percentual anunciado pela Eskom para o próximo ano, seguido de sucessivos aumentos ainda maiores nos próximos anos, representa uma perspectiva financeira alarmante para os consumidores sul-africanos. Um aumento cumulativo de cerca de 70% ao longo de um período de quatro anos é um fardo financeiro esmagador para muitas famílias de baixos rendimentos que já têm orçamentos apertados.
Um sistema tarifário como a Tarifa Inclinante por Bloco (IBT), actualmente em vigor para oferecer tarifas preferenciais às famílias com baixo consumo, está prestes a ser eliminado. Esta remoção significaria que estas famílias seriam forçadas a pagar a mesma taxa que as famílias de elevado consumo, aumentando assim significativamente os seus encargos financeiros.
Ao mesmo tempo, a implantação do sistema tarifário Time-of-Use (TOU) em alguns municípios, vinculado à instalação de medidores inteligentes, reforça a dinâmica tarifária baseada nos picos de consumo. Com diferenças de preços que chegam a 500% entre os períodos de ponta e fora de ponta, as famílias vêem-se confrontadas com uma nova realidade financeira que exige uma gestão cuidadosa do seu consumo de energia.
Face a estes aumentos draconianos de preços, a energia solar parece ser uma solução atractiva para muitas famílias. Os sistemas híbridos combinam painéis solares no telhado e soluções de armazenamento de energia, proporcionando uma alternativa à dependência total da rede eléctrica da Eskom. Ao optimizar a utilização da energia solar, as famílias podem reduzir a sua dependência da rede nacional e evitar preços exorbitantes cobrados durante os picos de consumo.
O posicionamento de preços da Eskom, que força muitos sul-africanos a recorrerem a alternativas energéticas sustentáveis, como a energia solar, está a contribuir involuntariamente para o surgimento de uma transição energética global. Ao afastar os consumidores do mercado energético tradicional, a Eskom poderia muito bem estar a impulsionar um movimento em direcção a soluções energéticas mais sustentáveis e auto-suficientes..
Em última análise, os aumentos de tarifas da Eskom levantam questões críticas sobre a acessibilidade energética para todas as famílias sul-africanas e estimulam uma reformulação de como a energia é produzida, distribuída e consumida. Diante desses desafios tarifários, a inovação e a transição para fontes de energia renováveis parecem ser caminhos a serem explorados para garantir um fornecimento de energia sustentável para o futuro da África do Sul.
*Fatshimetrie* continua sendo uma testemunha privilegiada da evolução do cenário energético da África do Sul, e a próxima década promete ser crucial para moldar um futuro energético mais resiliente e sustentável para todos os cidadãos deste país rico em potencial de energia renovável.