Tragédia em Nzérékoré: investigação sobre a debandada mortal durante uma partida de futebol


O dia 1º de dezembro de 2024 ficará gravado na memória da população de Nzérékoré, cidade do sudeste da Guiné, devido a uma tragédia ocorrida durante uma partida de futebol. Uma debandada mortal ocorreu durante as finais do torneio Refundação, deixando um grande número de vítimas. Embora o governo tenha mantido um número provisório de mortos de 56, as ONG de defesa dos direitos humanos na região relataram um número muito mais elevado, colocando o número de mortes em mais de 150.

Dez dias depois desta tragédia, as famílias das vítimas continuam a lamentar os seus entes queridos. O Coletivo de ONG de Defesa dos Direitos Humanos de Nzérékoré procedeu à identificação das vítimas, acrescentando infelizmente 15 nomes à lista dos falecidos. Entre eles, muitos jovens com menos de 18 anos, estudantes e aprendizes que tinham a vida inteira pela frente.

Os pedidos para uma investigação independente estão a aumentar. Souleymane Souza Konaté, representante da coligação ANAD, apela a sanções contra os organizadores do torneio, ao mesmo tempo que lamenta a inacção das autoridades. As famílias das vítimas exigem justiça e verdade, mas neste momento estão em curso audiências legais e é altura de ter cautela nas declarações.

Apesar do desejo de transparência do governo, o resultado da investigação permanece obscuro. As notícias sobre a tragédia de Nzérékoré desapareceram misteriosamente dos meios de comunicação social desde 5 de dezembro de 2024, deixando dúvidas sobre o real desejo das autoridades em lançar luz sobre esta tragédia. Os Ministros da Justiça e do Desporto, presentes durante o torneio, parecem esconder-se atrás de um silêncio suspeito.

A população espera respostas, ações concretas e reconhecimento da responsabilidade dos atores envolvidos nesta tragédia. É mais necessário do que nunca estabelecer a verdade, proporcionar justiça às vítimas e às suas famílias e garantir que tais tragédias não voltem a acontecer no futuro. O povo da Guiné, ferido por esta debandada mortal, merece respostas claras e medidas fortes para evitar que a história se repita.

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