Nas notícias internacionais, uma questão crucial está a atrair a atenção: o acesso à educação no Uganda, um desafio financeiro para milhões de crianças. A educação dos jovens é comprometida por dificuldades económicas que por vezes os obrigam a abandonar os estudos.
No Uganda, o custo da educação continua a ser a principal fonte de preocupação financeira para 40% das famílias, segundo o Banco Mundial. As melhores escolas públicas cobram agora quase 700 dólares em mensalidades por semestre, uma quantia considerável para um país onde o PIB per capita era de 864 dólares em 2023.
Na Escola Secundária Wampeewo Ntake, perto de Kampala, estão matriculados mais de 2.100 alunos. No entanto, para centenas deles, permanecer na escola torna-se um desafio constante devido aos custos cada vez maiores e imprevisíveis das mensalidades.
A vice-diretora Joanita Seguya testemunha diariamente o impacto dessas taxas. Ela destaca que muitas crianças são obrigadas a abandonar os estudos após serem expulsas por falta de pagamento das propinas escolares, uma realidade dramática para estes jovens.
O caso de Shalom Mirembe, expulsa da escola por falta de pagamento de propinas enquanto o seu pai estava a morrer no hospital, ilustra a esmagadora pressão financeira sobre muitas famílias do Uganda. Para Justine Nangero, sua mãe, conciliar os cuidados hospitalares e as exigências escolares torna-se um fardo emocional e financeiro insuportável.
Na Escola Secundária Wampeewo Ntake, onde Mirembe frequenta a escola, as propinas equivalem a 300 dólares por período. Muitas vezes, as famílias têm de pagar 70% deste montante desde o início do semestre, um encargo financeiro demasiado pesado para muitos pais.
A situação é ainda mais alarmante porque muitos países da África Subsariana, confrontados com taxas de abandono escolar, encaram a questão das propinas escolares como um grande obstáculo à educação das crianças. O Banco Mundial observou que na África Subsariana, 54% dos adultos consideram o pagamento das propinas escolares uma prioridade financeira acima de outras despesas.
Confrontadas com estes desafios, as autoridades do Uganda implementaram programas para tornar a educação mais acessível, incluindo o ensino secundário universal lançado em 2007. No entanto, muitas instituições públicas carecem de recursos e de pessoal qualificado, o que dificulta a prossecução dos estudos para muitos jovens.
Em conclusão, a questão das propinas escolares no Uganda levanta questões importantes relativamente ao acesso à educação para toda uma geração. Encontrar soluções sustentáveis é crucial para garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de continuar a sua educação, independentemente do seu contexto socioeconómico.