Fatshimetria
*****
A dramática situação que assola a região de Kitsakala, território de Popokaba, no Kwango, não nos pode deixar indiferentes. Os confrontos persistentes entre as FARDC e a milícia Mobondo causaram um êxodo maciço das populações locais. As explosões de armas, testemunhas da violência que reina, mergulharam estas aldeias numa atmosfera de medo e incerteza.
Diante desta escalada de violência, os moradores fugiram em massa, buscando refúgio na cidade de Popokaba, hoje sinônimo de segurança. Este súbito afluxo de pessoas deslocadas corre o risco de agravar uma situação humanitária já precária. Na verdade, muitas pessoas deslocadas encontram-se sem assistência, vivendo em condições deploráveis desde o início desta crise de segurança.
Symphorien Kwengo, vice-presidente do quadro de consulta da sociedade civil do Kwango, testemunha esta tragédia humana ao destacar o movimento massivo de populações. Os confrontos persistem, semeando o terror nos corações das aldeias, deixando um rastro trágico.
As autoridades revelaram um número terrível de vítimas, tanto entre as milícias como entre as forças armadas. Os números das perdas humanas e das armas recuperadas atestam a gravidade da situação. Infelizmente, cada perda é uma ferida aberta no tecido social destas comunidades, já enfraquecidas por anos de conflito e insegurança.
Neste turbilhão de violência, a esperança é rara. Os civis, apanhados entre estes grupos armados, não têm outra escolha senão fugir, abandonando as suas casas, as suas terras, a sua história. Procuram desesperadamente um refúgio de paz, um lugar onde possam ter esperança de reconstruir um futuro melhor.
A comunidade internacional deve intervir e pôr fim a esta violência absurda que destrói vidas, famílias e comunidades inteiras. É urgente agir, chegar a estas populações devastadas, oferecer-lhes esperança, uma perspectiva para o futuro.
Nestes tempos sombrios, onde a barbárie parece prevalecer, é essencial recordar a nossa humanidade, a nossa solidariedade, a nossa capacidade de enfrentarmos juntos as adversidades. Kitsakala e as aldeias vizinhas não devem permanecer nomes num mapa, mas lugares de vida, de memória, de partilha. É hora de silenciar as armas, de reparar as feridas, de reconstruirmos juntos um futuro de paz e dignidade para todos.