Numa cena comovente e reveladora, centenas de sírios deslocados iniciaram a viagem de regresso do seu exílio no Líbano para a Síria, formando longas filas de carros na fronteira. Estes indivíduos, carregados com as suas bagagens e pertences pessoais, aglomeravam-se no cruzamento de Masnaa, tentando entrar na Síria a pé.
Entre eles, Issam Masri, um sírio de 68 anos deslocado de Damasco, expressou intensa alegria enquanto se preparava para cruzar a fronteira, dizendo que a sua “felicidade é indescritível e inestimável”. O movimento de regresso massivo segue-se a uma grande mudança na dinâmica do poder, quando os combatentes da oposição entraram em Damasco no domingo, marcando a primeira vez que chegaram à capital desde 2018, quando as tropas sírias assumiram o controlo das áreas circundantes após um cerco prolongado.
Na noite anterior, as forças da oposição capturaram Homs, a terceira maior cidade da Síria, enquanto as tropas governamentais se retiravam. Estes rápidos desenvolvimentos enviaram ondas de choque por toda a região. Em resposta, o Líbano anunciou o encerramento de todas as passagens terrestres com a Síria, exceto Masnaa, que liga Beirute a Damasco. A Jordânia também fechou uma das suas passagens fronteiriças com a Síria.
Esta onda de regresso de sírios deslocados levanta questões cruciais sobre a reconstrução do país devastado por anos de guerra e perturbações. Os desafios enfrentados por estes cidadãos que regressam são numerosos, desde encontrar habitação e meios de subsistência até à reintegração numa sociedade devastada por conflitos.
Embora o regresso destes indivíduos marque uma forma de esperança para a reconstrução da Síria, também destaca a escala dos desafios que ainda precisam ser superados para alcançar uma paz duradoura e a estabilidade socioeconómica na região.