No centro das notícias políticas na República Democrática do Congo, teve lugar uma importante reunião entre Vital Kamerhe, Presidente da Assembleia Nacional, e o Presidente Félix Tshisekedi. Esta reunião foi descrita como “rica e frutuosa” pelos dois líderes, no final da qual foram discutidos assuntos cruciais como o bem-estar dos congoleses, a paz e a segurança, bem como as perspectivas económicas e sociais.
Um dos pontos-chave levantados durante esta reunião é a questão da reforma constitucional. Vital Kamer afirmou que esta reforma não deve ser considerada um tabu, sublinhando que a Constituição prevê claramente as modalidades para o seu início. Segundo ele, o artigo 218 detalha os atores autorizados a lançar este processo, desde o presidente e o governo no conselho de ministros até às câmaras do Parlamento e até uma petição assinada por 100 mil cidadãos. Assim, destaca o fato de que esta abordagem faz parte da legalidade constitucional.
O Presidente Tshisekedi planeia, por seu lado, criar uma comissão multidisciplinar para reflectir sobre esta reforma. Esta comissão, ainda não constituída, reunirá membros de todas as forças políticas e activas da nação, numa perspectiva de inclusão e representatividade.
No entanto, o debate em torno da reforma constitucional continua a dividir a classe política e a sociedade civil na RDC. Se a UDPS, o partido no poder, defende a necessidade de uma mudança constitucional para satisfazer as expectativas do povo, a oposição vê esta iniciativa como uma possível manipulação das instituições democráticas. Vozes dissidentes, como as de Moïse Katumbi e Martin Fayulu, manifestaram-se contra esta abordagem.
Perante estas diferenças, Vital Kamerhe apela à serenidade e ao diálogo construtivo. Ele insiste na importância de garantir um processo inclusivo que respeite a legalidade constitucional, convidando todos a contribuir de forma ponderada e responsável para este debate crucial para o futuro da nação congolesa.
Este encontro entre Vital Kamerhe e Félix Tshisekedi revela as principais questões que movem a cena política congolesa e a necessidade de um debate calmo e democrático em torno da reforma constitucional. O respeito pelas instituições e procedimentos legais parece ser um pilar essencial para garantir a estabilidade e o progresso do país.