Num clima de terror e incerteza, a região de Lese, localizada na estrada Eringeti-Kainama, no território de Beni, Kivu do Norte, foi palco de um sequestro massivo perpetrado pelos rebeldes das ADF na noite de sexta-feira passada. Uma acção violenta que ilustra mais uma vez a vulnerabilidade dos civis à brutalidade dos grupos armados que operam na região.
Segundo informações locais, cerca de dez civis foram raptados, incluindo várias esposas de soldados, elevando para pelo menos 15 o número de pessoas desaparecidas na sequência desta operação dos agressores. Esta escalada de violência semeou o pânico entre a população local, já traumatizada por anos de conflito e insegurança crónica.
Os residentes das áreas de Eringeti, Kainama, Mbau e Kamango testemunharam um aumento nos ataques atribuídos aos islamistas da ADF nas últimas semanas, após um período relativamente calmo. Estes repetidos assassinatos lembram a ameaça constante que pesa sobre a região, realçando a urgência de uma ação coordenada por parte das autoridades para proteger as populações civis.
Jonas Zawadi, Presidente da Sociedade Civil de Kainama, expressou a necessidade de as forças armadas agirem de forma concertada para combater a ameaça das FAD e restaurar a segurança na região. A colaboração entre as forças armadas congolesas e ugandesas, há muito aguardada pela população local, poderá proporcionar esperança para a restauração da paz e da estabilidade.
O horror vivido pelos civis em Lese é um lembrete claro da precariedade da vida nas zonas de conflito, onde a insegurança reina suprema e as populações civis são feitas reféns por grupos armados sem escrúpulos. É imperativo que as autoridades locais e internacionais intensifiquem os seus esforços para proteger os civis e acabar com esta espiral de violência e medo.
Em conclusão, o rapto em massa em Lese é um novo capítulo sombrio na atormentada história do Kivu do Norte, sublinhando a urgência de uma acção concertada e eficaz para restaurar a paz e a segurança na região. É tempo de pôr fim ao terror dos grupos armados e de garantir a protecção das populações civis, que aspiram legitimamente a viver em completa segurança e dignidade.