Fatshimetria: Um encontro histórico entre Martin Fayulu e Moïse Katumbi em Genval

Fatshimetria: Um encontro histórico entre Martin Fayulu e Moïse Katumbi em Genval

No sábado passado, em Genval, na Bélgica, teve lugar um encontro discreto mas altamente simbólico entre duas grandes figuras da oposição congolesa: Martin Fayulu e Moïse Katumbi. Esta reunião de uma hora e meia poderá muito bem marcar um ponto de viragem na política congolesa, dado o contexto actual marcado pelo controverso projecto de revisão constitucional apoiado pelo Presidente Félix Tshisekedi.

Local altamente simbólico para a oposição congolesa, Genval já tinha testemunhado o nascimento de uma coligação contra o regime de Joseph Kabila em 2016, liderada pelo falecido Étienne Tshisekedi. A reunião de Martin Fayulu e Moïse Katumbi é, portanto, de importância histórica, simbolizando a unidade redescoberta da oposição congolesa face às principais questões políticas.

A aproximação entre as diferentes forças políticas que se opõem ao projecto de revisão constitucional foi iniciada pelos secretários-gerais do ECIDE de Martin Fayulu, do Ensemble de Moïse Katumbi e do PPRD de Joseph Kabila. Uma declaração conjunta assinada em Novembro passado rejeitou categoricamente qualquer tentativa de modificação da Constituição, sublinhando assim o desejo de coordenar as acções da oposição contra qualquer deriva autoritária.

Segundo um amigo próximo de Moïse Katumbi, esta reunião em Genval poderá ser o prelúdio para outras reuniões envolvendo outros líderes e personalidades da oposição. O objectivo é reforçar a aliança entre forças políticas que partilham a mesma convicção: a de defender a Constituição em vigor e preservar a democracia congolesa face às tentativas de manutenção do poder para além dos mandatos legalmente estabelecidos.

Martin Fayulu e Moïse Katumbi ainda não divulgaram o conteúdo das suas discussões tête-à-tête, mas a sua firme oposição ao projecto constitucional de Félix Tshisekedi é clara. Estas duas figuras políticas reafirmaram repetidamente o seu compromisso com o Estado de direito e a estabilidade democrática na República Democrática do Congo.

Esta reunião histórica em Genval poderá, portanto, marcar o início de uma nova era para a oposição congolesa, ilustrando a sua capacidade de se unir para enfrentar os desafios políticos e institucionais que se colocam no caminho para a democracia africana.

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