**Fatshimetrie: Os preços do café estão subindo nos mercados internacionais devido às condições climáticas secas no Brasil, o maior produtor mundial de café**
Os amantes do café em todo o mundo poderão em breve sentir um aperto extra nos seus orçamentos diários devido à escalada dos preços do café nos mercados internacionais. Esta tendência ascendente é diretamente atribuível às persistentes condições climáticas áridas no Brasil, o maior produtor mundial de café.
Segundo informações da Fatshimetrie, os preços do café na África do Sul registaram um aumento anual superior a 20% desde o início do ano. Paul Makube, economista agrícola do FNB, disse ao Mail & Guardian que este rápido aumento não mostrou sinais de diminuir até agora, devido à situação de oferta restrita nos mercados globais.
O Brasil e o Vietnã, que são o primeiro e o segundo maiores produtores de café do mundo, respectivamente, enfrentam desafios significativos na produção de café. Estes dois países representam juntos mais de 70% da produção mundial de café, o que torna a sua situação particularmente crítica em tempos de dificuldades de colheita.
A nível mundial, os preços do café dispararam mais de 70% este ano, um aumento substancial que pressionou os consumidores e as empresas do setor cafeeiro. A Organização Internacional do Café observou que os preços dos grãos de café Robusta atingiram um máximo histórico em agosto, com mercados como Nova Iorque e Londres a registarem níveis de preços não vistos há décadas.
Os preços futuros do café arábica estão atualmente sendo negociados em torno de US$ 3,1805 por libra-peso, um aumento de 70% em relação ao ano anterior. Wandile Sihlobo, economista-chefe da Câmara Sul-Africana de Agricultura, acredita que os preços poderão permanecer elevados nos próximos meses, dependendo da recuperação da oferta do Brasil.
A Nestlé espera que os preços do café subam ainda mais no próximo ano, variando entre 30% e 40%, devido a vários factores, tais como condições meteorológicas, perturbações na cadeia de abastecimento e aumento dos custos logísticos. Carl Khoury, diretor executivo da Nestlé para a região da África Oriental e Austral, salienta que as reduções nos rendimentos das colheitas devido à seca estão a afetar a oferta global e a colocar desafios nos mercados locais.
Os consumidores poderão sentir um alívio na carteira se a procura cair, mas enquanto a oferta continuar escassa, os preços permanecerão elevados. A escassez de café no curto prazo pode ainda não ser um problema, mas se as condições climáticas secas persistirem, poderão surgir desafios significativos.
Em suma, os amantes do café poderão ter de se preparar para pagar um pouco mais pela sua bebida preferida, e as empresas do sector terão de navegar com cuidado num ambiente de mercado volátil e incerto. A situação futura dependerá em grande medida da forma como os principais países produtores de café conseguirem restaurar a oferta para satisfazer a crescente procura mundial.