**Professores de direito constitucional e ginástica intelectual: entre a virtude e o oportunismo**
Ao olhar para o panorama dos professores de direito constitucional, podemos ficar impressionados com o contraste entre o seu ensino sobre a virtude da Constituição como um pilar sagrado da sociedade e as suas ações quando os ventos da mudança sopram no topo do Estado. Estas pessoas eminentes, habituadas a pregar a legalidade e o rigor constitucional, parecem de repente transformar-se em mágicos intelectuais, fazendo malabarismos com os conceitos e princípios que eles próprios inculcaram.
Como acrobatas do pensamento, estes guardiões da lei realizam uma verdadeira pirueta moral para justificar um oportunismo que por vezes beira o grotesco. Como eles chegaram lá? Perderam-se, esquecendo-se dos fundamentos que ensinam com tanta convicção? Ou é simplesmente o peso das circunstâncias e dos interesses políticos que os empurra para esta contorção intelectual?
Aceita-se que a mudança constitucional é um passo legítimo e que o Presidente tem o direito de iniciar uma revisão da lei fundamental. Contudo, a questão que se coloca é se os professores de direito constitucional devem ser simples executores de decisões políticas, ou se têm um papel a desempenhar na preservação dos princípios constitucionais fundamentais, para além das considerações políticas do momento.
É irónico constatar que as próprias pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da actual Constituição estão hoje ansiosas por elogiar os méritos da sua revisão, como uma criança diante de um brinquedo novo. Esta contradição entre os seus discursos e as suas ações é desconcertante e levanta questões sobre a sua integridade e o seu compromisso com os princípios que deveriam defender.
Os professores de direito constitucional apresentam-se frequentemente como guardiões da verdade e da legalidade, destacando a sua vasta experiência e profundo conhecimento da história constitucional do país. No entanto, é legítimo questionar a sinceridade da sua abordagem e questionar se o seu compromisso é realmente motivado pelos melhores interesses do povo, ou se é simplesmente uma postura política para preservar os seus interesses pessoais.
Na realidade, estes professores de direito constitucional encontram-se num jogo de tolos, manipulados pelas forças políticas presentes e tentados por um oportunismo que os faz perder de vista os princípios que deveriam encarnar. O seu duplo discurso e as suas posições ambivalentes expõem-nos à crítica e realçam a falta de coerência entre os seus ensinamentos teóricos e a sua prática quotidiana..
Neste contexto de crise moral e política, é fundamental lembrar aos professores de direito constitucional a sua responsabilidade como guardiões dos valores democráticos e republicanos. O povo congolês merece representantes íntegros e empenhados, prontos a defender a Constituição e o Estado de direito em todas as circunstâncias, e a não sucumbir à tentação do oportunismo político.
É hora de estes professores se reconectarem com a ética e o rigor intelectual que devem nortear a sua ação, e demonstrarem coragem e determinação face às pressões políticas e aos interesses partidários. Porque é defendendo incansavelmente os princípios fundamentais da democracia e da justiça que estes guardiões da Constituição podem verdadeiramente merecer o título de sábios e defensores do interesse geral.
Num país onde a democracia ainda é frágil e onde as instituições lutam para se afirmar, é crucial que os professores de direito constitucional desempenhem um papel de liderança na construção de um Estado de direito sólido e duradouro. A sua missão é lembrar a todos, governantes eleitos e cidadãos, que a Constituição é a bússola moral da nação e que deve ser respeitada e defendida por todos, sem exceção.
Concluindo, os professores de direito constitucional têm um papel essencial a desempenhar na preservação da ordem democrática e no respeito pelas instituições. O seu compromisso com os princípios fundamentais da Constituição e do Estado de direito é essencial para garantir a estabilidade e a legitimidade do regime político. É tempo de cumprirem a sua missão e devolverem toda a sua nobreza à profissão de guardião da lei e da justiça.