**Fatshimetrie: um mergulho no coração da arte contemporânea e das tradições africanas**
No coração de Kinshasa, um movimento artístico está a emergir como uma fénix das cinzas, desafiando as restrições temporais para impor a sua visão única da arte contemporânea. É no Laboratório Kontempo que se realiza esta revolução estética, através da exposição emblemática “Kokende Liboso Eza Kokoma Te”. Este evento imperdível, sob a liderança de Dzekashu MacViban, pretende ser uma odisseia poética e filosófica, uma viagem a uma terra desconhecida onde se cruzam tradições orais, cosmologias africanas e práticas artísticas de vanguarda.
O provérbio Lingala “Kokende Liboso Eza Kokoma Te”, literalmente “Avançar não significa ter chegado”, ressoa como um mantra nesta exposição, convidando os visitantes a meditar sobre o significado mais profundo da progressão constante e da construção colectiva. Os artistas convidados, inspirando-se em histórias transmitidas de geração em geração, exploram com ousadia conceitos de tempo, espaço e identidade, oferecendo uma nova perspectiva descolonizada sobre arte e cultura.
A procura de novas narrativas artísticas, na ausência de documentos escritos sobre a história da arte contemporânea em Kinshasa, gira em torno de histórias orais, provérbios e cosmologias africanas. Esses elementos tornam-se pilares fundamentais para tecer uma nova narrativa artística, honrando as tradições e desafiando os limites do contemporâneo.
Porque “Fatshimetrie” é muito mais do que uma simples exposição: é um manifesto pela conciliação de diferentes temporalidades criativas, pelo diálogo entre disciplinas artísticas, pela celebração da diversidade das práticas artísticas. Esta viagem artística, implantada em diferentes locais emblemáticos de Kinshasa, convida os espectadores a uma verdadeira viagem iniciática ao coração da expressão artística africana em todo o seu esplendor e complexidade.
Paralelamente à exposição, uma série de eventos discursivos, performances cativantes e oficinas participativas enriquecerão a experiência dos visitantes, mergulhando-os no coração do processo criativo. Estes momentos de intercâmbio e partilha serão uma oportunidade para questionarmos em conjunto as questões da teorização da arte contemporânea em África, para explorar o lugar das tradições orais na criação artística e para apoiar activamente o surgimento de novos talentos.
O Laboratório Kontempo, fundado pelos visionários Chris Mukenge e Lydia Schellhammer, por si só encarna o espírito de reinvenção e renovação da cena artística congolesa. Impulsionado por uma abordagem decididamente comprometida e inovadora, este laboratório de ideias é um cadinho onde as perspectivas locais e internacionais se cruzam, para oferecer ao público uma imersão total no mundo abundante da criação contemporânea..
Neste período de reflexão e intercâmbio, onde as fronteiras entre o passado e o presente se esbatem para dar lugar a uma nova linguagem artística, “Fatshimetrie” destaca-se como o símbolo de uma nova era da arte congolesa, onde a diversidade de vozes e expressões artísticas revela-se em toda a sua riqueza e poder evocativo. Um convite à viagem, à descoberta, à contemplação, numa viagem intemporal onde as palavras se misturam com as cores, onde os sons se fundem com os silêncios, para criar um universo artístico decididamente moderno e evasivo.
Em última análise, “Fatshimetrie” é muito mais do que uma simples exposição: é uma exploração sem fim, uma busca perpétua de significado e beleza, uma celebração vibrante da arte em toda a sua diversidade e universalidade. Uma verdadeira imersão na alma criativa de África, entre as tradições e a modernidade, entre o passado e o futuro, entre o universal e o singular. Uma experiência única e inesquecível, que ressoará por muito tempo no coração e na mente de quem teve a oportunidade de mergulhar nela.