**O fenómeno dos jovens burundeses que migram para a Tanzânia em busca de trabalho: uma realidade alarmante**
Os jovens burundeses, em busca de melhores oportunidades económicas, recorrem cada vez mais à vizinha Tanzânia. No entanto, este desejo legítimo de encontrar emprego expõe-nos frequentemente a tratamentos desumanos e a graves violações dos seus direitos.
Histórias comoventes emergem das experiências destes jovens migrantes, incluindo a de Habimana Domatien, que testemunha a sua provação durante a sua prisão e detenção abusiva na Tanzânia. Estes acontecimentos dolorosos deixam consequências profundas nestes jovens, mergulhando-os num estado de trauma e angústia quando regressam a casa.
As famílias de acolhimento no Burundi lançam um apelo urgente às autoridades tanzanianas para que ponham fim aos maus-tratos infligidos a estes jovens expulsos. Exigem um tratamento digno e respeitoso para estes jovens em dificuldades, enfatizando a importância de os acolher com compaixão e empatia, como fazem quando acolhem os jovens tanzanianos.
As ONG reportam números alarmantes, com cerca de 300 jovens expulsos nos últimos dois meses. Estes números são preocupantes e sublinham a urgência de uma acção concertada para proteger estes jovens vulneráveis.
Ferdinand Simbaruhije, porta-voz da Federação Nacional das Associações para o Bem-Estar das Crianças no Burundi (FENADEB), destaca as causas profundas desta migração forçada. A pobreza e o desespero levam estes jovens a abandonar os seus países em busca de uma vida melhor, muitas vezes às mãos de redes de tráfico de seres humanos sem escrúpulos.
É imperativo que as autoridades do Burundi e da Tanzânia unam forças para combater este flagelo e proteger a juventude da região. Devem ser tomadas medidas concretas para aumentar a sensibilização para os perigos da migração irregular, proporcionando ao mesmo tempo oportunidades económicas e condições de vida dignas aos jovens burundeses no seu país de origem.
Em última análise, a comunidade internacional não pode permanecer indiferente a estas violações dos direitos humanos. É nosso dever proteger e apoiar estes jovens em busca de um futuro melhor, oferecendo-lhes apoio e solidariedade na sua luta pela dignidade e pela justiça.