Perante a normalização da tortura nos Camarões: a sociedade civil dá o alarme

Os Camarões estão sob ataque de organizações da sociedade civil pelas suas práticas governamentais em matéria de tortura. Apesar das reformas declaradas, a normalização da violência e a impunidade persistente levantam preocupações sobre a protecção dos direitos humanos. A ONU aponta a ausência de penas adequadas para os torturadores e a falta de infra-estruturas adequadas na detenção. A sociedade civil desempenha um papel crucial na monitorização das práticas governamentais, apelando a medidas urgentes para combater a tortura e garantir a protecção dos cidadãos. É necessária uma ação imediata para defender os direitos fundamentais e construir uma sociedade democrática.
Os Camarões atravessam um período tumultuado, escrutinado de perto por organizações da sociedade civil como o “Centro Mandela” e os “Novos Direitos Humanos”. Um relatório escrito por estas ONG aponta o dedo para as práticas governamentais em termos de tortura, pondo em causa os discursos oficiais difundidos durante a comparência dos Camarões perante o comité das Nações Unidas contra a tortura.

Autoridades do governo camaronês afirmam ter implementado reformas destinadas a prevenir atos de tortura e punir os perpetradores. Contudo, as críticas expressas por especialistas da sociedade civil revelam uma realidade completamente diferente. De acordo com o doutor Hilaire Kamga, a tortura tornou-se uma prática institucionalizada nos Camarões, sendo que os torturadores são por vezes promovidos apesar dos seus crimes. Esta normalização da violência questiona os próprios fundamentos do Estado e da sua governação.

A ausência de penas adequadas para o crime de tortura no Código Penal Camaronês de 2016 é apontada pela ONU, destacando assim a impunidade que rodeia estas práticas. Além disso, os julgamentos de civis perante tribunais militares aumentam o risco de tortura, pondo em perigo os direitos fundamentais dos cidadãos. A ONU também lamenta a falta de infra-estruturas adaptadas aos presos, em particular a ausência de prisões dedicadas às mulheres e a falta de serviços básicos na detenção.

Perante estas conclusões alarmantes, é imperativo que o governo camaronês tome medidas concretas para pôr fim à tortura e garantir a protecção dos direitos humanos. A sociedade civil, através das suas ações e relatórios, desempenha um papel crucial na monitorização das práticas governamentais e na promoção dos direitos fundamentais dos cidadãos.

Em conclusão, a luta contra a tortura nos Camarões não pode ser negligenciada. É essencial que as autoridades percebam a necessidade urgente de agir e implementar políticas eficazes para combater esta prática desumana. O respeito pelos direitos humanos é uma pedra angular de qualquer sociedade democrática e é tempo de os Camarões tomarem medidas significativas para garantir a protecção dos seus cidadãos.

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