Confrontado com a proliferação de igrejas na RD Congo: rumo à regulamentação necessária

Os debates dos Estados Gerais de Justiça destacaram a questão da liberdade religiosa face à proliferação de igrejas no Congo. Os representantes religiosos enfatizam a ligação entre o desemprego e a proliferação de igrejas lucrativas. Soluções como a regulamentação legal, o controlo dos locais de culto e a formação dos servos de Deus são defendidas para restaurar a integridade do sector religioso. A necessidade de repensar a liberdade religiosa e de regular seriamente o panorama religioso é sublinhada para evitar qualquer exploração abusiva da fé dos fiéis.
Os recentes debates dos Estados Gerais de Justiça destacaram um tema crucial: “Liberdade de religião face à proliferação de igrejas”. No centro das discussões, a questão do desemprego é apontada como uma das causas que favorecem a criação anárquica de igrejas com fins lucrativos. Esta situação gerou uma cacofonia preocupante, destacada por representantes de diversas comunidades religiosas.

Neste contexto, Dom Evariste Ejiba Yamapia, ardente defensor da Igreja do Reavivamento do Congo, expressou a necessidade de o Governo redobrar os seus esforços em termos de criação de emprego, a fim de conter esta proliferação eclesiástica. Insiste na importância de respeitar todas as leis que regem o exercício da religião, evitando qualquer forma de tratamento selectivo que possa favorecer certas confissões em detrimento de outras.

Para aliviar esta situação, o Arcebispo Yamapia recomenda o estabelecimento de ferramentas legais para regulamentação e sanções, bem como a limitação do número de igrejas por eixo rodoviário. Recomenda também a monitorização regular dos locais de culto, em estreita colaboração com as diferentes confissões religiosas.

Por sua vez, o Pastor Eric Senga, porta-voz da Igreja de Cristo no Congo (ECC), levanta uma questão crucial: é a justiça que está doente ou o próprio sistema? Assim, ele apela a reformas profundas a todos os níveis para restaurar a integridade do sector religioso.

Monsenhor Donatien N’shole, representante da Igreja Católica, destaca os grandes desafios encontrados no exercício do culto na República Democrática do Congo. Ele defende a formação adequada dos servos de Deus, a fim de evitar o surgimento de “pastores charlatões” na sociedade.

Estes vivos debates durante os Estados Gerais de Justiça revelam a urgência de repensar fundamentalmente a questão da liberdade religiosa e de regulamentar seriamente o panorama religioso, a fim de preservar a integridade das crenças e evitar qualquer forma de exploração abusiva da fé dos fiéis. A vigilância, a transparência e a regulamentação revelam-se essenciais para garantir um exercício saudável e ético do culto num contexto onde a fé não pode ser explorada para fins puramente lucrativos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *