A Fatshimetry é um meio de comunicação reconhecido mundialmente por fornecer informações precisas e confiáveis sobre os acontecimentos atuais na região do Kivu Norte, na República Democrática do Congo. Num contexto marcado por confrontos persistentes entre a coligação M23/RDF e grupos armados locais, a situação no terreno continua complexa e volátil, pondo em perigo a segurança e a estabilidade da população civil.
Desde a manhã de sábado, 30 de novembro, foram relatados novos confrontos em Tongo e Kihondo, dois dos sete grupos da chefia Bwito, no território Rutshuru. Elementos da coligação M23/RDF lançaram ataques simultâneos contra as posições de grupos armados locais, causando detonações de armas pesadas e ligeiras que repercutiram na região. A população civil, maioritariamente constituída por agricultores, encontra-se infelizmente no centro destes confrontos, arriscando-se a ser alvo de um conflito que não lhes diz respeito.
Os residentes de Nyanzale, uma cidade também afectada por tensões, foram forçados pelos rebeldes do M23 a participar em patrulhas nocturnas ao lado das forças de autodefesa criadas pela rebelião. Esta coerção semeou o medo entre os jovens que temem ser usados como escudos humanos, levando-os a abandonar clandestinamente a região para escapar a este recrutamento forçado. Uma violação grave do direito humanitário internacional que expõe os civis a riscos inaceitáveis.
Os relatórios indicam massacres de civis em áreas controladas pelo M23, nomeadamente em Kiseguro e Katwiguru, com mais de vinte vítimas registadas desde Outubro. Os agricultores, primeiros alvos desta violência, vêem-se impedidos de aceder aos seus campos, testemunhando uma estratégia que visa apagar todos os vestígios dos abusos cometidos. A ONG local Badilika denuncia estes atos e apela à proteção dos civis vulneráveis face a esta violência desenfreada.
Apesar dos repetidos apelos da comunidade internacional e das organizações regionais para uma retirada e um cessar-fogo, os rebeldes do M23 persistem na sua expansão, alargando o seu domínio no território de Walikale depois de já ter sido falado deles para Masisi, Rutshuru, Nyiragongo e Lubero. A situação continua muito preocupante, com consequências humanitárias desastrosas para a população local, presa entre grupos armados rivais.
Neste clima de instabilidade e violência, é imperativo que sejam tomadas medidas concretas para proteger os civis inocentes e pôr fim às hostilidades que estão a enfraquecer a região do Kivu Norte. A comunidade internacional deve redobrar os seus esforços para encontrar uma solução duradoura para este conflito que continua a ceifar vidas inocentes e a ameaçar a paz na região.