À medida que notícias recentes trouxeram à luz novas informações sobre a Nigerian National Petroleum Corporation Limited (NNPCL), tornou-se evidente que as refinarias locais, como a refinaria de Port Harcourt, permanecem inoperantes, apesar das repetidas garantias. Esta situação atraiu a atenção da Iniciativa de Desenvolvimento e Transformação do Delta do Níger (NDDTI), que criticou fortemente a NNPCL por enganar os nigerianos e por não cumprir os seus compromissos.
O porta-voz da NDDTI, Sr. Lawrence Etienne, acusou publicamente o Diretor Geral do Grupo da NNPCL, Mele Kyari, de desinformar o público sobre os prazos de reabilitação da refinaria. Segundo Etienne, o NNPCL mudou inúmeras vezes de rumo, prometendo a finalização mecânica em julho de 2024 e o início das operações em agosto, sem cumprir as promessas.
É importante ressaltar que Kyari anunciou em 2019 que todas as quatro refinarias nigerianas estariam operacionais até ao final do mandato do ex-presidente Muhammadu Buhari em 2023. Um ano e meio após a saída de Buhari, nenhuma refinaria está funcional, apesar dos milhares de milhões de dólares investidos pelo governo.
A NDDTI também criticou Kyari por dar falsas garantias ao Senado, dizendo que a Nigéria se tornaria um exportador líquido de produtos petrolíferos até ao final de 2024. No entanto, a realidade é outra, com a Nigéria a continuar a importar produtos petrolíferos carregados de enxofre, agravando as questões ambientais e riscos mecânicos.
Enfrentando críticas, o Diretor de Comunicações Corporativas da NNPC, Olufemi Soneye, defendeu os atrasos da empresa citando desafios imprevistos na reabilitação da refinaria de Port Harcourt, um grande projeto. Porém, Soneye se absteve de dar novo prazo para a conclusão da obra.
A refinaria de Port Harcourt, fundada em 1965, está fora de serviço há anos, apesar de um empréstimo de 1,5 mil milhões de dólares garantido em 2021 para a sua renovação. Os consumidores nigerianos, já sobrecarregados pelos elevados preços dos combustíveis, esperavam que a produção local reduzisse os custos e acabasse com a dependência das importações.
A NDDTI apelou à demissão de Kyari, dizendo: “O NNPCL deve parar de enganar os nigerianos. Se Kyari não conseguir cumprir as suas promessas, deve afastar-se.” Esta situação realça a importância da transparência e da responsabilização na gestão dos recursos nacionais, uma necessidade crucial para o bem-estar económico e social da Nigéria.