As notícias recentes em Moçambique foram marcadas por protestos pós-eleitorais repletos de violência e agitação. As tensões atingiram um nível alarmante, provocando fortes reações de vários países, incluindo o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá. Estes últimos condenaram veementemente o que descreveram como “uma escalada de violência contra civis”.
Na sua declaração conjunta, estes países apelaram ao governo moçambicano para que investigasse relatos de uso desproporcional da força e garantisse que os responsáveis por estes actos sejam levados à justiça. Com efeito, a última quarta-feira foi palco de uma nova série de manifestações sangrentas, com confrontos entre manifestantes antigovernamentais e a polícia em diferentes regiões do país.
Em Nampula, no norte do país, os manifestantes ergueram barricadas e incendiaram pneus, interrompendo o trânsito. A polícia abriu fogo, matando dois manifestantes. Mais a sul, multidões bloquearam veículos na fronteira principal com a África do Sul. Na capital, a agitação eclodiu depois que um veículo militar atingiu um manifestante.
No total, além de uma dezena de manifestantes, vários agentes da polícia foram mortos desde o início destes distúrbios, que ocorreram na sequência das disputadas eleições de Outubro passado. A oposição denunciou os resultados destas eleições como fraudulentos, após a anunciada vitória do partido Frelimo, no poder há 49 anos.
Observadores ocidentais também alegaram irregularidades durante esta votação. Esta crise pós-eleitoral levanta sérias preocupações sobre a estabilidade e a democracia em Moçambique, um país outrora atormentado por conflitos internos. É imperativo que todas as partes interessadas se envolvam num diálogo construtivo para resolver estas tensões e trabalhar em prol da paz e da justiça para todos os cidadãos moçambicanos.