O mundo literário perde hoje um dos seus pilares com a morte de Breyten Breytenbach, escritor sul-africano anti-apartheid, aos 85 anos em Paris. Figura emblemática na luta contra o apartheid, Breytenbach marcou sua época com sua escrita comprometida, sua arte e seu ativismo.
Nascido em 1939 na província do Cabo Ocidental, Breyten Breytenbach dedicou a sua vida à luta contra a injustiça e a opressão. Sua obra mais conhecida, “Confissões de um Terrorista Albino”, traça sua prisão por traição em 1975 e os sete anos que passou atrás das grades. O seu testemunho comovente chocou gerações, revelando os horrores do regime racista que assolou a África do Sul durante décadas.
Escritor, poeta, romancista, pintor, Breytenbach foi um artista polimorfo cuja influência se fez sentir muito além das fronteiras do seu país natal. Instalado em Paris após a sua libertação, continuou a ser um fervoroso defensor da causa sul-africana, engajando-se ao lado do Congresso Nacional Africano. A sua luta pela liberdade, dignidade e justiça transcendeu fronteiras linguísticas, políticas e culturais.
As suas palavras, cheias de força e sensibilidade, foram capazes de tocar corações e despertar consciências. Em africâner, língua derivada do holandês desenvolvida pelos colonos brancos, Breytenbach conseguiu fazer ressoar a voz dos oprimidos, denunciando incansavelmente as injustiças do apartheid. A sua visão humanista e criatividade inesgotável fizeram dele uma figura essencial na literatura sul-africana e mundial.
Hoje, ao homenageá-lo, recordamos Breyten Breytenbach como um humanista empenhado, um lutador pela liberdade e um artista visionário. A sua contribuição na luta contra a opressão e o seu legado literário permanecerão gravados nas nossas memórias, inspirando as gerações futuras a continuar a luta por um mundo mais justo e equitativo. Breyten Breytenbach, que o seu trabalho e o seu compromisso continuem a iluminar o nosso caminho para um futuro melhor.