Está a emergir uma tendência preocupante no cenário político global: o apoio crescente aos políticos que se envolvem em discursos de ódio. O exemplo mais notável é o de Donald Trump, recentemente reeleito Presidente dos Estados Unidos, apesar dos seus comentários controversos. Esta polarização da sociedade e esta adesão ao discurso violento colocam questões fundamentais sobre a direcção que as nossas democracias estão a tomar.
Na República Democrática do Congo, este fenómeno não é excepção. Apesar das declarações ofensivas de Trump sobre o Congo, alguns parecem mostrar-lhe um apoio surpreendente. Esta tendência não é isolada e também se verifica na Europa e em África, onde líderes com discursos extremistas estão a ganhar popularidade. Perante isto, é crucial questionar as razões deste apoio e as consequências destes discursos nas nossas sociedades.
Para compreender melhor esta dinâmica, levantam-se vozes e especialistas fazem-se ouvir. Christian Moleka, analista político e criador do Politoscópio, uma plataforma dedicada à análise da violência verbal na RDC, fornece a sua visão. Da mesma forma, Emmanuel Nyakasane Namegabe, presidente da associação “União para o progresso e a luta contra os antivalores, UPLA”, oferece um valioso ponto de vista sobre esta questão.
O fenómeno do apoio ao discurso de ódio levanta questões importantes. Como podemos explicar que cada vez mais cidadãos, incluindo nas democracias jovens, possam ignorar ou mesmo desculpar comentários violentos e polarizadores? Quais são os factores sócio-políticos que favorecem o surgimento destes discursos e líderes carismáticos mas perigosos?
É fundamental abordar esta questão com seriedade e lucidez. Os meios de comunicação social, a sociedade civil e os próprios cidadãos têm um papel crucial a desempenhar no combate a estes discursos tóxicos e na promoção de valores de tolerância, respeito e diálogo. Perante o aumento do extremismo e da radicalização, é imperativo estar vigilante e promover um discurso político saudável e construtivo.
Em última análise, o futuro das nossas democracias depende da nossa capacidade de resistir às sereias do ódio e da divisão. Juntos, permanecendo vigilantes e comprometidos, podemos construir um futuro mais justo, inclusivo e respeitoso com as diferenças.