“Fatshimetrie”, a revista de notícias que leva você ao cerne das questões humanitárias mais urgentes. Hoje, centramos a nossa atenção na alarmante situação de insegurança alimentar que assola a província de Tanganica, na República Democrática do Congo (RDC). De acordo com dados recentes do Quadro Integrado de Classificação de Segurança Alimentar, esta região é hoje o principal cenário da crise nutricional, colocando em perigo milhares de vidas já frágeis.
Os números falam por si: a nível nacional, 25,6 milhões de pessoas enfrentam níveis críticos ou de emergência de segurança alimentar. Os conflitos armados, o aumento dos preços dos alimentos e as deslocações massivas da população contribuem para esta grave crise humanitária. No leste da RDC, especialmente nas províncias de Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul, 6,2 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda, um número que aumentou em comparação com 2024.
Aristide Ongone Obame, representante da FAO na RDC, sublinha a urgência da situação: “Os números do IPC não deixam dúvidas. Devemos agir rapidamente para prestar apoio vital às populações em perigo. »
A FAO e o Programa Alimentar Mundial estão a soar o alarme. Em Outubro de 2024, o PMA conseguiu ajudar quase 1,95 milhões de pessoas, mas enfrenta um défice financeiro de 350 milhões de dólares nos próximos seis meses. Por seu lado, a FAO apoiou 3 milhões de pessoas dos 3,6 milhões planeados para o ano, mas ainda necessita de 233,9 milhões de dólares para continuar as suas intervenções.
Peter Musoko, diretor nacional do PMA, alerta para as consequências dramáticas da inação: “Em 2025, é crucial fortalecer os sistemas alimentares e apoiar as famílias na direção da autonomia alimentar. Num contexto de crise como este, os custos da inércia são inaceitáveis. »
A persistência dos conflitos no leste da RDC, combinada com os efeitos devastadores das alterações climáticas e a falta de investimento no desenvolvimento rural, continua a pesar fortemente na segurança alimentar na região. Perante esta emergência humanitária, é imperativo que a comunidade internacional intensifique os seus esforços para apoiar as populações vulneráveis e oferecer-lhes um futuro mais seguro e mais nutritivo.
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