O conflito entre a Rússia e a Ucrânia está a atingir um nível crítico à medida que mísseis estrangeiros são utilizados em ataques direccionados, ameaçando um confronto entre as potências nucleares. O enviado russo alertou que o uso de mísseis estrangeiros pela Ucrânia poderia causar colisão entre potências nucleares, após os aliados ocidentais da Ucrânia concederem permissão para usar mísseis de longo alcance para atacar dentro da Rússia.
Andrei Kelin, o embaixador russo no Reino Unido, expressou a sua preocupação numa entrevista à Sky News, acusando os governos dos EUA e do Reino Unido de contribuírem para a escalada da situação, apesar dos avisos de Moscovo. Ele disse que a decisão deliberada dos Estados Unidos, França e Reino Unido de encorajar estes ataques constituiu uma grave escalada da situação.
A Rússia alegou ter abatido dois mísseis Storm Shadow de fabrico britânico, sem especificar os locais ou datas dos incidentes, trazendo assim o Reino Unido directamente para o conflito. Segundo Kelin, a participação britânica tornou-se essencial dado o envolvimento do pessoal da NATO e das forças britânicas nas operações militares.
O Kremlin respondeu lançando um novo míssil balístico de alcance intermédio contra a Ucrânia, em resposta à utilização por Kiev de mísseis americanos e britânicos capazes de atingir mais profundamente a Rússia, como disse o presidente Vladimir Putin. Num discurso televisionado, alertou que os sistemas de defesa aérea americanos seriam impotentes contra o novo míssil que voava dez vezes mais rápido que o som, apelidado de Oreshnik (avelã em russo). Putin também enfatizou que este míssil poderia ser usado para atacar qualquer aliado ucraniano que use mísseis contra a Rússia.
Este conflito armado suscita, portanto, receios de uma escalada perigosa entre a Rússia e a Ucrânia, com consequências potencialmente devastadoras para a região. As decisões tomadas pelas diferentes partes poderão ter repercussões formidáveis não só para os dois países em conflito, mas também para a estabilidade global. Resta esperar que o diálogo e a diplomacia prevaleçam para evitar o pior cenário possível.