O mundo enfrenta uma crise climática sem precedentes que exige ações imediatas e concretas para limitar a devastação deste fenómeno devastador. Neste contexto, a iniciativa da Alterra, o maior fundo privado mundial para a luta contra as alterações climáticas, é de crucial importância. Contudo, grandes desafios dificultam a implementação eficaz desta nobre missão, particularmente em África.
Num painel recente da COP 29, Majid Al Suwaidi, Gestor da Alterra, expressou preocupações sobre a falta de oportunidades de investimento na transição energética de África. Apesar do compromisso do fundo de mobilizar 250 mil milhões de dólares até ao final da década para investimento climático, é lamentável notar que o potencial de investimento continua largamente subexplorado na região.
As razões para esta situação complexa são múltiplas. A instabilidade política, as regulamentações flutuantes, a ausência de infra-estruturas adequadas e os riscos associados ao financiamento misto público-privado constituem obstáculos significativos ao desenvolvimento de projectos de transição energética em África. Estes desincentivos desencorajam os investidores privados e os bancos de se comprometerem plenamente com iniciativas que possam contribuir significativamente para a luta contra as alterações climáticas.
O exemplo da Alterra, que tem dificuldades em investir em projectos em África apesar dos seus esforços, destaca a necessidade de os governos africanos implementarem políticas e quadros regulamentares que sejam sólidos e atraentes para os investidores. É imperativo criar um ambiente propício ao investimento em energias renováveis para colmatar as lacunas energéticas e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis que alimentam a crise climática.
África, que tem mais de 600 milhões de pessoas sem acesso à electricidade, enfrenta um imenso desafio, mas também uma oportunidade considerável no domínio das energias renováveis. O potencial da energia solar, eólica e geotérmica é enorme, mas permanece em grande parte inexplorado devido à falta de capital e de garantias financeiras.
Para superar estes obstáculos e enfrentar o desafio climático, é essencial uma colaboração reforçada entre o sector público e privado. Medidas concretas, como quadros regulamentares claros, incentivos financeiros e garantias sólidas para os investidores, podem ajudar a impulsionar o sector das energias renováveis em África e a promover o desenvolvimento sustentável e resiliente face às alterações climáticas.
Em conclusão, a situação actual sublinha a urgência de uma acção concertada e coordenada à escala global para reformar o financiamento climático e acelerar a transição para uma economia verde e amiga do ambiente.. É hora de agir coletivamente para preservar o nosso planeta e oferecer um futuro sustentável às gerações futuras.