A situação de segurança no leste da República Democrática do Congo: entre a preocupação e as expectativas de paz

A situação de segurança no leste da República Democrática do Congo, e mais particularmente nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, continua preocupante, apesar do estabelecimento do estado de sítio em Maio de 2021. Esta medida excepcional foi decretada com o objectivo de restaurar a autoridade do Estado e na luta contra os grupos armados que assolam há muitos anos a região. No entanto, os resultados obtidos até agora parecem mistos, se não inexistentes.

A primeira-ministra Judith Suminwa, acompanhada por uma delegação oficial, prepara-se para realizar esta Sexta-feira uma missão de avaliação do estado de sítio nestas províncias. Esta abordagem faz parte de uma série de visitas e avaliações realizadas por diferentes líderes políticos desde a implementação desta medida. No entanto, a eficácia destas missões é questionada por alguns observadores locais.

Na verdade, muitos residentes de Goma expressam cepticismo sobre o impacto real destas avaliações repetidas. Para eles, a urgência é sobretudo a restauração da paz e da segurança na região, e não uma sucessão de visitas oficiais cujo impacto concreto ainda não foi comprovado. Alguns até consideram estas missões como manobras políticas desligadas da realidade no terreno, ou mesmo como um desperdício de recursos públicos.

Os críticos apontam para a lentidão da justiça, a manutenção de tribunais militares e a falta de resultados tangíveis em termos de segurança pública. Embora a população local continue a viver no medo e na instabilidade, os grupos armados persistem nas suas acções violentas e grandes áreas permanecem sob controlo rebelde.

Perante esta constatação, a sociedade civil e muitos moradores apelam ao levantamento do estado de sítio, considerado ineficaz e agora contraproducente. Apelam a uma verdadeira consideração das necessidades e expectativas da população por parte das autoridades, a fim de garantir uma paz duradoura e uma segurança real na região.

É essencial que as autoridades congolesas tenham em conta estas preocupações legítimas e atuem de forma eficaz para garantir a protecção dos civis e a pacificação dos territórios afectados pela violência. A Primeira-Ministra Judith Suminwa e a sua delegação terão assim a oportunidade de recolher testemunhos e reivindicações das populações locais, com o objectivo de encontrar soluções concretas e adaptadas à realidade no terreno.

Em conclusão, a missão de avaliar o estado de sítio no leste da RDC deve ser uma oportunidade para aumentar a consciência real sobre as questões de segurança e humanitárias que os habitantes desta região enfrentam.. É tempo de agir com determinação e eficácia para pôr fim ao sofrimento e à violência que persistem e para construirmos juntos um futuro de paz e estabilidade para todos.

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