A cimeira climática COP29, que decorre atualmente no Azerbaijão, está a atrair toda a atenção dos participantes e observadores de todo o mundo. No centro dos debates está um novo anteprojecto de texto que está a suscitar discussões intensas, especialmente sobre o financiamento dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento para os ajudar a acelerar a sua transição para fontes de energia limpas e a adaptar-se às alterações climáticas.
Contudo, falta um ponto crucial neste plano: o montante exacto que as nações ricas estão dispostas a pagar. Este fracasso corre o risco de comprometer a conclusão de um acordo concreto durante estas negociações cruciais. Na verdade, as estimativas das necessidades de financiamento climático ascendem a 1,3 biliões de dólares para os países em desenvolvimento, enquanto as contribuições actuais das nações mais ricas representam apenas algumas centenas de mil milhões de dólares.
Segundo Ali Mohamed, presidente do Grupo Africano de Negociadores, é imperativo esclarecer os montantes envolvidos para se chegar a um acordo justo. Levanta assim uma questão importante que ameaça a resolução das discussões. Os negociadores devem também encontrar um terreno comum sobre outros aspectos essenciais: a distribuição entre subvenções e empréstimos, bem como as contribuições de cada país.
Andreas Sieber, da organização ambiental 350.org, expressa preocupação com a falta de uma liderança clara dos países insulares e da União Europeia. Sublinha a urgência de avançar na transição energética, ao mesmo tempo que destaca a relutância em termos de financiamento. Além disso, Iskander Erzini Vernoit, da Iniciativa Marroquina para o Clima e o Desenvolvimento, lamenta a falta de números concretos e de um compromisso sério por parte dos países desenvolvidos nesta fase das negociações.
Embora as discussões pareçam estagnadas e o horizonte de um acordo ainda esteja distante, os especialistas apelam a uma maior mobilização e cooperação para superar os actuais obstáculos. A cimeira COP29 parece caminhar para uma conclusão entre o suspense e as prorrogações, seguindo assim a tradição dos anos anteriores, onde as conversações muitas vezes terminaram num clima de tensão e incerteza.